quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Administração Do Tempo



Muito já se ouviu falar sobre técnicas para melhor administrar o tempo, essa moeda que não conseguimos estocar...
Vamos buscar uma abordagem da administração do tempo, a partir da autoconsciência e sugerir que administrar o tempo é muito mais uma questão de autoconhecimento e gerenciamento pessoal do que a simples aplicação de técnicas.
Afinal “o que eu como a prato pleno, bem pode ser o seu veneno”, como já disse o sempre citado Raul Seixas.
Para a diversidade de papéis que temos na vida (profissional, familiar, amizades, lazer) o tempo é um só e não é repartido de forma natural, mas distribuído a partir do que priorizamos.
É o equilíbrio que o sábio jardineiro conquista: Adubar a terra certa!
Nessa imagem, vamos supor que uma determinada planta esteja bem adubada – mais adubo é dispensável e pode matar a planta, por outro lado, aquela que está carente do adubo, uma vez desprezada vai morrer...
E assim se dá com a distribuição do adubo, chamado tempo.
O viciado em trabalho “workaholic” pode lotar a agenda e esquecer de outras áreas como família, amigos, lazer...
Já o viciado em lazer pode esquecer de atualizar-se e colocar foco nos seus projetos...
É mesmo um grande exercício do equilíbrio de papéis, e da coerência entre pensar, sentir e agir a partir da autoconsciência.
Disse Stewam Zweig “Um único momento decide tudo: um único sim, um único não, um muito cedo ou um muito tarde determinam a vida de um indivíduo, de um povo e até o destino de toda a humanidade”.
Algumas questões provocativas:
Eu preciso de mais tempo para quê? Trabalho, família, amigos, lazer, estudos?
O meu maior ladrão de tempo é...
Noite ou dia? Quando estou no meu melhor “pique”?
Separar o “joio do trigo” é definir o que é importante do que é urgente. E se é urgente, é urgente para quem?
Alguns conceitos interessantes e que poderão nos ajudar a classificar as nossas atividades:

• Urgente é toda tarefa que precisa ser feita imediatamente e que pode gerar problemas se não for executada. Em geral é o que foi deixado para a última hora. Nem sempre as urgências são prioridades.
• Circunstancial é tudo aquilo que foge ao seu controle. São as coisas que você faz em excesso ou contra a vontade, que não geram resultados, provocam angústia e insatisfação. São importantes para os outros, não para você.
• Importante é tudo o que faz diferença em sua vida, seus objetivos e sonhos pessoais ou profissionais, os momentos de lazer, exercícios. Tudo o que traga bem-estar e equilíbrio físico, mental, espiritual e emocional.
Nessa etapa, cabe uma ação importante que é o planejamento do tempo, sabendo, entretanto, que o inesperado pode chegar a qualquer momento...
Planejar o tempo significa saber o que se quer fazer e ordenar as ações para a realização da maior quantidade de atividades no menor prazo para se atingir seus objetivos.
Sem um planejamento, sem um objetivo e suas respectivas metas, a pessoa acaba sendo governada pelas circunstâncias e pelas decisões de terceiros.
E desde que a pessoa não saiba para onde está indo, o que a controlará são as forças externas.
Existe um alerta: “A vida segue sempre em frente, e é preciso ter alguém no comando, se na sua vida essa pessoa não é você, tome cuidado, alguém está no controle da sua vida!”.
Não resta dúvidas de que a autoconsciência e a auto-estima serão fundamentais, também, na administração do meu tempo e conseqüentemente na minha produtividade em todos os níveis.
Um conceito interessante nos é trazido por Eckhart Tolle, em seu livro “O Poder do Agora”. Nele, o autor distingue o “tempo do relógio” do “tempo psicológico”.
“Aprenda a usar o tempo nos aspectos práticos da sua vida – podemos chamar de “tempo do relógio”, - mas retorne imediatamente para perceber o momento presente, tão logo esses assuntos práticos tenham sido resolvidos. Assim, não haverá acúmulo do “tempo psicológico”, que é a identificação com o passado e a projeção compulsiva e contínua do futuro.
... O principal foco de atenção das pessoas iluminadas é sempre o Agora... Continuam a usar o tempo do relógio, mas estão livres do tempo psicológico.
Esteja alerta quando praticar isso, para que você, sem querer, não transforme o tempo do relógio em tempo psicológico”.
Administrar o tempo, a partir do equilíbrio dos papéis, pode também ser comparado a um equilibrista de circo – foco e atenção serão fundamentais nessa caminhada.
Certa vez ouvi o Amyr Klink dar um depoimento interessante em uma palestra. Dizia ele que antes de viajar para passar mais de 600 dias em seu barco, pediu ao caseiro que consertasse a luminária da varanda (o caseiro foi a última pessoa que ele teve contato).
Quando retornou, curiosamente, foi a primeira pessoa que ele encontrou, no que prontamente o caseiro disse: “Doutor, não deu tempo de consertar a luminária, mas na semana que vem eu faço isso”.
É claro que ouvimos muitos risos na platéia, mas fica evidente que aquela máxima é absolutamente verdadeira: tempo é uma questão de prioridade.
Com a varinha mágica do equilíbrio entre papéis e à luz da autoconsciência, poderíamos terminar com outro verso do poeta que está na chamada do artigo: “Tempo, tempo, tempo és um dos deuses mais lindos”.
Autor: Antonio Amorim é Consultor Associado à Marcondes & Consultores Associados (SP).
Atualmente é Presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Recursos Humanos- ABRH-BA e Diretor da Universidade Internacional da Paz- UNIPAZ- BA, e possui 08 livros publicados, entre poesias, contos e artigos voltados para a área de consultoria.

Fonte: http://www.rhportal.com.br/artigos/rh.php?rh=Administracao-Do-Tempo&idc_cad=98x4wmwxg

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