quinta-feira, 12 de maio de 2016

O Que é um Bom Atendimento ao Cliente?

Por José Roberto Marques


Em qualquer parte do mundo, um bom atendimento é primordial, pois é o principal canal a comunicação entre uma organização e seu cliente, que por sinal, é o seu principal gerador e lucros. Mas ainda muito se ouve sobre reclamações no atendimento de diversas companhias, e esse número não para de crescer, infelizmente. Cada vez mais é frequente os clientes receberem um mau atendimento, se deparando com profissionais despreparados para esse mercado, resultando assim desistência de compras e até mesmo em processos para a empresa.
Com o intuito de saber quais são as preferências do consumidor na hora da compra, a TNS InterScience realizou uma pesquisa com 1.250 consumidores. O resultado mostrou que 51% dos entrevistados prezam primeiramente pelo atendimento, e depois pela qualidade (apontada por 39%) e pelo preço (também com 39%). Portanto, o atendimento é uma das atitudes que mais conquistam e fidelizam clientes. Se esses dados são tão claros, então por que ainda hoje ainda existem empresas que não sabem dar o suporte adequado ao seu consumidor?
O cliente quer atenção, quer ser tratado com respeito e, acima de tudo, procura determinado serviço em busca de soluções para sua vida, e não de problemas. Por isso, fazer com que ele se sinta especial o deixa mais propício a realizar compras e fazer acordos e propostas. E quando falamos em fazê-lo se sentir especial, não é somente dar atenção e ser gentil, e sim estar disposto a entender o que ele precisa de verdade e estar disposto a encontrar a melhor solução.

O que é um bom atendimento?

Quando falamos em excelência no atendimento, a primeira palavra que vem à mente é “simpatia”. Apesar de ser importante, é necessário ir além e capacitar o atendente para sair do básico. É importante que o vendedor enxergue o público não apenas como pessoas que irão realizar compras e trazer dinheiro para a empresa, e sim como indivíduos que precisam de soluções eficazes para seus problemas, que foi justamente o que fez com que eles buscassem pela empresa em questão. E esse ponto é válido para todo tipo de atendente, seja aquele que vende casas e carros até quem oferece serviços e produtos mais simples, como roupas e acessórios. Todo cliente é especial, e se ele está dedicando tempo e dinheiro para a empresa, é obrigação dos funcionários garantirem que ele tenha um atendimento excepcional! O bom atendimento mostra excelência e profissionalismo por parte da equipe e é, automaticamente, o reflexo de uma empresa bem preparada que se importa com seus consumidores.

Dicas e técnicas para um bom atendimento ao cliente

Para conquistar e se relacionar melhor com o cliente, cada vez mais as empresas vêm investindo em capacitação para seus colaboradores, pois é o bom atendimento ao público que faz toda a diferença. Para isso, existem alguns pontos básicos que devem ser levados em consideração.

Conhecer bem o negócio

Antes de tudo, é necessário que os atendentes sejam treinados para conhecerem muito bem a empresa e todos os seus produtos, além do perfil de consumidores. Quando o funcionário conhece plenamente o negócio e o produto/serviço oferecido, por exemplo, fica mais fácil de apresentá-lo para os clientes, sem utilizar textos decorados ou ações robóticas.
Dessa maneira, ele não terá problemas em encontrar as melhores soluções para cada cliente, além de ter sempre na ponta da língua qualquer questionamento que possa ser feito a ele. Além disso, ele deixará o cliente seguro por estar em contato com uma equipe com conhecimento e que será capaz de sanar todas as suas dúvidas.

Apresentação adequada

Sabe quando você está andando na rua e, aleatoriamente, uma pessoa te aborda para oferecer um serviço? Essa situação é bem desconfortável, e é exatamente dessa maneira que o seu cliente irá se sentir caso você já chegue nele tentando vender. Antes de tudo, se apresente, fale seu nome e deixe claro que você está lá para ajuda-lo, e não para empurrar algo que ele nem sabe se quer comprar ainda. Em seguida, pergunte o nome dele e preste-se a escutar quais são as dúvidas que ele tem a respeito da empresa, produto ou serviço oferecido. Além de ser uma atitude educada e gentil, você terá a oportunidade de entender qual é a necessidade de seu cliente, podendo assim apresenta-lo a solução mais adequada.

Exponha possibilidades

Ao saber o que o consumidor busca, quando necessário, dê sugestões, mas procure seguir o perfil e estilo do cliente. Caso o cliente se mostre inexperiente no assunto, mostre seu conhecimento e coloque-o a par das opções e possibilidades, mas seja gentil e, em nenhum momento, deboche dele. Coloque-se no lugar dele e seja sempre gentil e atencioso. Mostre que você está empenhado em realmente encontrar o que ele está buscando, e não apenas está tentando vender qualquer produto aleatório. Dessa maneira, ele terá confiança no seu atendimento e sentirá que está sendo orientado da melhor maneira possível.

Seja sincero

Nem sempre você terá todas as respostas na ponta da língua, mas isso não pode te impedir e fazer com que você encerre o contato com o consumidor. Procure sempre conversar de maneira sincera, e caso você não saiba de alguma coisa, diga que não sabe e que vai procurar as informações para responder adequadamente, mas em hipótese alguma deixe o cliente sozinho e sem respostas, seja pessoalmente ou por e-mail.

Pré e pós-venda

Ao ver que o consumidor está prestes a fechar negócio, esclareça todas as especificações da aquisição, para que assim ele não seja pego de surpresa na hora de receber o serviço ou produto e nem na hora do pagamento. O oriente também sobre o pós-venda, e, se possível, mantenha um contato próximo ao seu cliente. Coloque-se à disposição para dúvidas futuras por e-mail e telefone e mostre que ele pode ter toda a confiança no produto que você está vendendo à ele.
Seguindo esses passos básicos, você estará melhor preparado para oferecer um atendimento de qualidade, fazendo com que ele tenha confiança no serviço que você está oferecendo e que, no futuro, garantir que ele faça novas aquisições e indique a empresa para seus conhecidos!


Fonte:  http://www.ibccoaching.com.br/portal/coaching/o-que-e-um-bom-atendimento-ao-cliente/

Memória, Percepção e Aprendizagem

Por Alexandre Tomé

Como inúmeros outros termos (inteligência, emoção, atenção) a memória é uma palavra amplamente utilizada na nossa língua do dia a dia. A partir do uso desse termo em vários contextos da nossa vida, nós tendemos a imaginar que a memória é uma atividade mental responsável pelo armazenamento das informações no nosso cérebro que podem ser resgatadas quando necessárias, no entanto, a memória é bem mais que isso.

A memória humana é um sistema bastante complexo que, apesar da sua enorme capacidade e importância, se pode revelar de um momento para outro falível. Todo nós nos queixamos, por vezes, de que a nossa memória é horrível. Mas muito pelo contrário, trata-se de um sistema magnífico sem o qual não existiria aprendizagem, as relações interpessoais seriam impossíveis e passaríamos a viver um eterno presente.


A memória é o fundamento de todos os comportamentos e conhecimentos dos seres humanos, além de se encontrar associada às emoções e capacidade de decisão: é a memória que assegura a adaptação ao meio ambiente e gera a atribuição subjetiva de significações às nossas vivências. Nós somos seres feitos de memória, colectiva e individual. A própria consciência pessoal depende do bom funcionamento da memória. A memória é a capacidade de adquirir (aquisição), armazenar (consolidação) e recuperar (evocar) informações disponíveis, seja internamente, no cérebro (memória biológica), seja externamente, em dispositivos artificiais (memória artificial).
         

A memória focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental e deteriora-se com a idade. É um processo que conecta pedaços de memória e conhecimentos a fim de gerar novas ideias, ajudando a tomar decisões diárias. A memória declarativa, como o nome sugere, é aquela que pode ser declarada (fatos, nomes, acontecimentos, etc.) e é mais facilmente adquirida, mas também mais rapidamente esquecida. Para abranger os outros animais (que não falam e logo não declaram, mas obviamente lembram), essa memória também é chamada explícita. Memórias explicitas chegam ao nível consciente. Esse sistema de memória está associado com estruturas no lobo temporal medial (ex: hipocampo, amígdala). Os psicólogos distinguem dois tipos de memória declarativa, a memória episódica e a memória semântica. São instâncias da memória episódica as lembranças de acontecimentos específicos. São instâncias da memória semântica as lembranças de aspectos gerais. Já a memória não-declarativa, também chamada de implícita ou procedural, inclui procedimentos motores (como andar de bicicleta, desenhar com precisão ou quando nos distraímos e vamos no "piloto automático" quando dirigimos). Essa memória depende dos gânglios basais (incluindo o corpo estriado) e não atinge o nível de consciência. Ela em geral requer mais tempo para ser adquirida, mas é bastante duradoura.


A memória é a base do conhecimento, como tal, esta deve ser trabalhada e estimulada. É através dela que damos significado ao quotidiano e acumulamos experiências para utilizar durante a vida.

Neste tema da memória decidi aprofundar esta mesma um pouco mais pesquisando mais alguns tipos de memória existentes.

Existem, pelo menos, três diferentes processos que podem ser identificados na memória humana responsáveis pela realização das suas operações, como a codificação, a retenção e a recuperação.

O primeiro processo é de primordial importância, é o processo de reconhecimento de Padrões. Este processo acontece na Memória Sensorial-Motora e envolve a associação de um significado a um padrão sensorial. A Memória Sensorial é um sistema de memória que através da percepção da realidade pelos sentidos retém por alguns segundos a imagem detalhada da informação sensorial recebida por alguns dos órgãos dos sentidos, esta é responsável pelo processamento inicial da informação sensorial e da sua codificação.

O segundo processo acontece na chamada Memória de Curto Prazo que recebe as informações já codificadas pelos mecanismos de reconhecimento de padrões de memória Sensorial-Motora e retém estas informações por alguns segundos, talvez alguns minutos, para que estas sejam utilizadas, descartadas ou até mesmo organizadas para depois serem armazenadas.

O terceiro processo acontece na Memória de Longo Prazo que recebe as informações da Memória de Curto Prazo e armazena-as, esta possui uma capacidade ilimitada de armazenamento e , as informações ficam nelas armazenadas por tempo ilimitado.


Já agora, a memória Sensorial-Motora funciona como um depósito de capacidade ilimitada que armazena uma imagem do mundo de que o sistema sensorial recebe. Consiste numa memória de curto prazo, dura entre 0,1 a 0,5 segundos.

Para estimar a duração da Memória Sensorial-Motora podemos fazer alguns exemplos experimentais:
-       Ao fechar os olhos e abri-los rapidamente em pequenos intervalos de tempo e fecha-los novamente, podemos notar que ainda podemos ver por um curto tempo uma imagem clara do que vimos com os olhos abertos.
-       Ao balançar uma caneta com os dedos da frente nos olhos, nós podemos ver apenas uma imagem de um movimento contínuo do balançar da caneta que se assemelham a uma onda e não à imagem dos movimentos discretos.

Tudo o que fazemos e o que fizemos tem alguma ligação com a memória, seja ela implícita ou explicita. A sua velocidade surpreendente ajuda-nos em instantes e instrui-nos para agirmos por vezes de um determinado modo.

A percepção é a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais a partir do histórico de vivências passadas. Através da percepção um indivíduo
 organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio. Consiste na aquisição, interpretação, seleção e organização das informações obtidas pelos sentidos.

Na aula de psicologia aprendemos que a percepção é uma operação cognitiva essencial na compreensão do mundo à nossa volta. Quando somos impressionados por estímulos, a percepção já nos permite saber de que coisas se tratam. Por ela ouvimos conversas, música, ruídos e sabemos o que essas coisas são; vemos livros, pessoas, automóveis, cenas na televisão e identificamos todas estas realidades; sentimos diversos cheiros, diferenças de temperatura e de cor; distinguimos doces de salgados; sofremos dores de cabeça; contorcemo-nos com náuseas; sentimo-nos indispostos ou aliviados. E reagimos adequadamente a tudo isto, porque nos sentimos num mundo familiar devidamente organizado. Mas os estímulos, por si sós, nada nos dizem. Eles são mudos, apenas dizendo alguma coisa depois de sujeitos a um processo de "leitura". Sons e cores, por exemplo, são algo que só adquire realidade quando os impulsos nervosos provocados pela estimulação do tímpano e da retina alcançam áreas cerebrais específicas. Só aí é que surge, então, a consciência de qualquer coisa de significativo.

A atenção é um mecanismo que nos ajuda a selecionar a informação. A atenção atua nos órgãos receptores e córtex cerebral, faz com que percepcionemos umas coisas em detrimento de outras, que foquemos alguns estímulos, ignorando outros. A atenção é por isso a concentração da nossa mente sobre qualquer coisa que nos atrai e nos surge de modo evidenciado. Há dois tipos de atenção: a voluntária e a involuntária.

- A atenção voluntária depende do indivíduo, dos seus interesses e motivações.

- A atenção involuntária é despertada pelo meio exterior, evidenciando um objecto em relação aos restantes.

A atenção é influenciada por variados fatores, sendo uns ligados ao sujeito e outros ligados ao objeto.

Ligados ao sujeito: Necessidades, Motivações, Gostos, Hábitos, Expectativas, Profissão e Experiências.

Ligados ao objeto: Intensidade, Contraste, Tamanho, Cor, Movimento, luminosidade e Novidade.

Na percepção das formas, as teorias da percepção reconhecem quatro princípios básicos que a influenciam:

A tendência à estruturação – tendemos a organizar elementos que se encontram próximos uns dos outros ou que sejam semelhantes;

Segregação Figura – Fundo – percebemos mais facilmente as figuras bem definidas e salientes que se inscrevem em fundos indefinidos e mal contornados, por exemplo, um cálice branco pintado num fundo preto;

Pregnância das formas – qualidade que determina a facilidade com que percebemos figuras bem formadas, percebemos mais facilmente as formas simples, regulares, simétricas e equilibradas;

Constância perceptiva - Uma melodia, mesmo transportada para outro tom, é auditivamente percepcionada como sendo a mesma melodia. Isto é possível porque o indivíduo possui uma resistência acentuada à mudança. Apesar de variar a natureza dos estímulos a percepção manifesta-se de forma estável. Em relação à visão, convém salientar a constância do tamanho, da forma e da cor.

Mas a percepção da informação é diferente de sujeito para sujeito, logo o sujeito ao percepcionar faz da percepção um fenómeno subjetivo de interpretação e criação. Assim, como um rio de águas límpidas e margens floridas e frondosas constitui uma estrutura de significantes a que os sujeitos diferentes atribuem significações diversas. O pescador vê a possibilidade de uma abundante captura de peixes, o agricultor tentará nas margens terreno óptimo para boas culturas – e na sua fácil irrigação e o artista apreciará as formas naturais, o colorido e a beleza paisagística.

A percepção é a imbuída de subjetividade. Assim as mensagens objectivas, emitidas pelas estruturas de estímulos dão azo a percepções diversificadas em harmonia com as significações subjetivas de cada um. Por exemplo, as palavras são meros sinais emitidos que, ao serem captados, podem receber significações discordantes do conteúdo da mensagem emitida.

O fenómeno perceptivo não depende apenas da objectividade das estruturas de múltiplos estímulos, mas também da especificidade da organização operada pelo sujeito, atribuindo-lhe significações próprias;

Alguns factores de significação:

- Experiência anterior - A vulgaridade das palavras e das situações, os hábitos e da familiaridade com os objetos, sendo elementos constitutivos da nossa experiência anterior e variando de individuo para individuo imprimem à percepção um cariz perfeitamente pessoal e único.

- Motivação - Em cada sujeito existem predisposições que mobilizam e orientam, em dado sentido, a atividade perceptiva, Ao percepcionar o sujeito é influenciado pelas suas próprias motivações.

- Contexto Social - Dentro da mesma comunidade cultural, a percepção varia ainda conforme o estatuto, o passado do indivíduo, o estado interno, o sexo e a idade. Estes são factores de significação que, de modo direto ou indireto, que se relacionam com outros já referidos.

Percepção Visual

Percepção visual, no sentido da psicologia e das ciências cognitivas é uma das várias formas de percepção associadas aos sentidos. É o produto final da visão consistindo na habilidade de detetar a luz e interpretar (ver) as consequências do estímulo luminoso, do ponto de vista estético e lógico.

Na estética, entende-se por percepção visual um conhecimento teórico, descritivo, relacionado à forma e suas expressões sensoriais. Um tipo de talento, uma característica desenvolvida como uma habilidade de um escultor ou pintor que diferencia os pontos relevantes e não-revelantes da sua obra. Para que depois de pronta -  em uma análise mais detalhada – se possa explicar os atributos ali contidos.

A percepção visual está em toda a parte da nossa vida. A nossa percepção, de certas coisas já é automática no nosso cérebro e fazemos ligações diretas nas nossas cabeças ligando certas imagens a certos assuntos que nós relacionamos, ser de acordo com aquela imagem, isso também acontece com outros sentidos, como: Olfato, audição e etc.

Enfim concluímos que todos os nossos sentidos são de suma importância para a nossa sobrevivência, e que o estudo desses sentidos é de essencial relevância para que possamos entender melhor também quando esses sentidos não estão a correr bem.

O assunto que mais me interessou neste tema da percepção foi os das ilusões de óptica que enganam o sistema visual humano fazendo-nos ver qualquer coisa que não está presente ou fazendo-nos vê-la de modo errôneo, para isso vou partilhar um vídeo de ilusões de óptica para que possamos contemplar esta traquinice com o nosso cérebro http://www.youtube.com/watch?v=i3N1yD5RxhM


Numa definição geral, a aprendizagem é o processo pelo qual as competências, habilidades, conhecimentos, comportamento ou valores são adquiridos ou modificados, como resultado de estudo, experiência, formação, raciocínio e observação. Mas a aprendizagem pode ser analisada partir de diferentes perspectivas, de forma que há diferentes teorias de aprendizagem. Aprendizagem é uma das funções mentais mais importantes em humanos e animais e também pode ser aplicada a sistemas artificiais.

Aprendizagem humana está relacionada à educação e desenvolvimento pessoal. Deve ser devidamente orientada e é favorecida quando o indivíduo está motivado.

Segundo alguns estudiosos, a aprendizagem é um processo integrado que provoca uma transformação qualitativa na estrutura mental daquele que aprende. Essa transformação dá-se através da alteração da conduta de um indivíduo, seja por Condicionamento operante, experiência ou ambos, de uma forma razoavelmente permanente. As informações podem ser absorvidas através de técnicas de ensino ou até pela simples aquisição de hábitos. O ato ou vontade de aprender é uma característica essencial do psiquismo humano, pois somente este possui o carácter intencional, ou a intenção de aprender.

Um outro conceito de aprendizagem é uma mudança relativamente duradoura do comportamento, de uma forma sistemática, ou não adquirida pela experiência, pela observação e pela prática motivada.

Destas definições de aprendizagem podemos observar três elementos caracterizadores da aprendizagem:

- A aprendizagem é sempre uma alteração comportamental relativamente a um estado anterior, só se podendo falar de aprendizagem se o indivíduo adquiriu uma conduta que não possuía ou alterou uma já existente.

- As modificações processadas têm que apresentar carácter duradouro. Os efeitos do processo de aprendizagem têm que permanecer ao longo da vida. A leitura e a escrita são exemplos de condutas aprendidas na infância e que se mantêm no tempo.

- A aprendizagem implica alguma forma de exercício, o que significa que ninguém aprende sem experiência, prática, treino ou estudo. Não é sem treino que sabemos nadar ou que nos tornamos peritos no uso do computador; é a experiência que nos ensina como cumprimentar uma pessoa ou como evitar um choque eléctrico.

Mas nem todas as modificações comportamentais podem ser atribuídas à aprendizagem. Quando, por volta dos seis meses, uma criança executa a conduta de agarrar um objecto, não se pode dizer que aprendeu a pegar em objetos; é uma conquista que se deve não a exercício ou treino, mas ao processo de maturação neurofisiologia. De igual forma, se a pessoa que processa textos escreve uma página cheia de erros e demora mais tempo do que o habitual porque se encontra cansada, não quer dizer que tenha aprendido uma nova forma de digitar. Também o indivíduo que caminha a coxear, em resultado de uma entorse, não aprendeu um novo modo de se deslocar; apresenta, antes, uma conduta esporádica explicável por uma lesão fisiológica ocasional. As modificações provocadas por doença física ou mental, como também pela ingestão de álcool ou de drogas, não se incluem, portanto, no âmbito da aprendizagem.

Das várias teorias da aprendizagem que estudamos podemos ver o condicionamento clássico (reflexo condicionado) que é o processo de aprendizagem que se baseia na associação de um estímulo condicionado e um estímulo natural, de modo a que o indivíduo reaja ao estímulo condicionado do mesmo modo que reage ao estímulo natural.

 A experiência clássica de Pavlov foi aquela em que utilizou um cão, um pedaço de carne e a campainha. Sempre que apresentamos ao cão um pedaço de carne, a visão da carne e sua olfacção provocam salivação no animal. Se tocarmos uma campainha, qual o efeito sobre o animal? Uma reação de orientação. Ele simplesmente olha, vira a cabeça para ver de onde vem aquele estímulo sonoro. Se tocarmos a campainha e em seguida mostrarmos a carne, dando-a ao cão, e se fizermos isso repetidamente, depois de certo número de vezes o simples tocar da campainha provoca salivação no animal, preparando o seu aparelho digestivo para receber a carne. A campainha torna--se um sinal da carne que virá depois. Todo o organismo do animal reage como se a carne já estivesse presente, com salivação, secreção digestiva, motricidade digestiva etc. Um estímulo que nada tem a ver com a alimentação, meramente sonoro, passa a ser capaz de provocar modificações digestivas.

O animal foi condicionado a salivar como reação ao som de uma campainha, ou seja, aprendeu a dar uma resposta a um estímulo não adequado. Quando isso acontece, considera-se que o animal aprendeu ou adquiriu uma nova conduta.

Enquanto no condicionamento clássico o sujeito responde a estímulos, evidenciando-se o papel destes e do seu jogo associativo, no condicionamento operante é o sujeito quem toma a iniciativa, "operando" sobre o meio para conseguir uma recompensa.

Este tipo de aprendizagem foi sistematizado pelo B. F. Skinner, que criou uma caixa especial, conhecida como "caixa de Skinner". A caixa contém uma alavanca que permite o fornecimento automático de alimento (reforço) ao animal, de acordo com um plano estabelecido pelo experimentador. Contém ainda um mecanismo que registra as respostas do animal, o que faz dispensar a observação contínua do experimentador. Este dispositivo registra cumulativamente as respostas dadas pelo animal durante a experiência. Numa das suas experiências, Skinner colocou um rato faminto na caixa, o qual começa a explorar o ambiente, cheirando as paredes, tateando e arranhando, locomovendo-se ao acaso, parando, erguendo-se nas patas traseiras, etc. Num destes movimentos exploratórios, aciona ocasionalmente a alavanca, caindo uma bolinha de alimento. Posteriormente, e ainda por acaso, o rato volta a premir a alavanca, o que faz cair outra dose de comida. Em dada altura, o rato descobre que para obter alimento tem de premir a alavanca, pelo que passa mais tempo na sua vizinhança, acionando-a insistentemente.



Quando o rato estabelece a associação entre a resposta operante (premir a alavanca) e o reforço (alimento), conclui a aprendizagem, ou seja, fica condicionado a premir a barra para comer.

Um outro importante tipo de aprendizagem é a aprendizagem social. Como sabemos, a socialização implica processos de aprendizagem na comunidade. Vamos abordar as aprendizagens que as pessoas fazem umas com as outras, e que podem ser resumidas no slogan "ver é saber". Um dos psicólogos que mais se dedicou ao estudo da aprendizagem social foi Albert Bandura, que tinha por objetivo compreender como é que, a par das pessoas com comportamentos socialmente ajustados, existem outras que desenvolvem condutas de agressão, medo e fobias, dificultando o relacionamento pessoal e social. Segundo Bandura, a aprendizagem social ocorre pela observação e pela imitação das condutas daqueles com quem convivemos.

É observando e imitando que as crianças aprendem a falar e a brincar "às casinhas", "aos detectives", ou "aos polícias e ladrões". É vendo como os outros fazem, e fazendo como eles fazem, que aprendem a andar de patins, jogar à bola, usar computador e até a dizer mentiras e a ser desonestas. O adolescente aprende com os outros a gostar da roupa que quer comprar e adquire o hábito de fumar e de ir à discoteca; aprende também a dançar, a praticar desportos e a lidar com os amigos. Também o adulto imita os outros nas roupas que escolhe, na preferência por determinadas marcas de automóvel, no modo como decora a sua habitação, no tipo de férias que escolhe e na forma de educar os filhos.

Existem variados tipos de aprendizagem, sendo uma área bastante vasta. Alguns tipo são: a aprendizagem por resolução de problemas, a compreensão súbita, a aprendizagem motora a verbal, a aprendizagem de conceitos e a aprendizagem por discriminação.

Concluindo, o ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando de estímulos externos e internos (motivação, necessidade) para o aprendizado. Há aprendizados que podem ser considerados natos, como o ato de aprender a falar, a andar, necessitando que ele passe pelo processo de maturação física, psicológica e social. Na maioria dos casos a aprendizagem dá-se no meio social e temporal em que o indivíduo convive. A sua conduta muda, normalmente, por esses factores, e por predisposições genéticas. A nossa aprendizagem é bastante influenciada pela cultura da sociedade em que vivemos, a aprendizagem possibilita a nossa inserção na sociedade. Mas a aprendizagem não seria possível se, nós humanos, não possuíssemos memória, é esta que possibilita toda a aprendizagem.

De acordo com este tema da aprendizagem decidi aprofundar mais naqueles que têm mais dificuldades na aprendizagem abordando a dislexia, os disléxicos têm dificuldades na leitura, escrita e soletração. A dislexia começa a ser identificada nas salas de aula durante a alfabetização, sendo comum provocar uma defasagem inicial do aprendizado. A dislexia é mais frequente caracterizada por dificuldade na aprendizagem da decodificação das palavras. Pessoas disléxicas apresentam dificuldades na associação do som à letra, também costumam trocar letras, por exemplo, b com d, ou mesmo escrevê-las na ordem inversa, por exemplo ‘ovóv’ para vovó. A dislexia, contudo, é um problema visual, envolvendo o processamento da escrita no cérebro, sendo comum também confundir a direita com a esquerda no sentido espacial, no entanto, a dislexia não está correlacionada com problemas de desenvolvimento. Aqui partilho também uma reportagem sobre pessoas que sofrem de dislexia, vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=ziQhPUGd4qw

Fonte:  http://alexdapsicologia.webnode.pt/reflex%C3%B5es-pessoais/memoria,-percep%C3%A7%C3%A3o-e-aprendizagem/




Motivação no Trabalho

Por Paula Cristina Costa
 


 1 INTRODUÇÃO

A motivação leva as pessoas a agirem e a executarem determinada tarefa e a empenharem-se com dedicação, esforço e energia em tudo aquilo que fazem. A natureza e intensidade motivacional, varia de pessoa para pessoa, dependem ainda das motivações internas e externas ao indivíduo.
A Motivação é uma matéria de extrema importância para as organizações, e como tal, deve ser integrada na definição da estratégia organizacional. As organizações precisam das pessoas para atingirem os seus objectivos e alcançar a sua visão e missão de futuro, assim como as pessoas necessitam das organizações para atingirem as suas metas e realizações pessoais. Assim sendo, será crucial manter as pessoas motivadas e satisfeitas para que trabalhem arduamente no alcance das metas e objectivos traçados.
Os Recursos Humanos têm sido uma preocupação constante da gestão das organizações, uma vez que uma boa gestão dos mesmos traduz-se no diferencial que alavanca os bons resultados. Para trabalhar o capital humano de modo a maximizar o seu desempenho, é necessário que os indivíduos se sintam motivados, satisfeitos e felizes no exercício das suas funções, só assim desenvolverão com melhor qualidade as suas actividades e atingirão os objectivos com maior eficácia.



2 MOTIVAÇÃO

A motivação tem vindo a ser, cada vez mais, um tema central em comportamento organizacional. Esta área tem sido muito estudada ao longo dos temos e alvo de interesse por parte das organizações e dos seus gestores.
Um dos grandes desafios para um gestor de recursos humanos dentro de uma organização, é motivar os seus colaboradores, adequando as suas estratégias às pessoas que com ele trabalham, uma vez que cada pessoa é um ser único e distinto de todos os outros.
Embora a motivação seja um assunto valorizado nas áreas da psicologia e comportamento organizacional, continua a ser um conceito muito difícil de definir e aplicar.

2.1 DEFINIÇÃO DO CONCEITO

Segundo Pinder (1998), “ A motivação no trabalho é um conjunto de forças energéticas que têm origem quer no indivíduo, quer fora dele, e que moldam o comportamento de trabalho, determinando a sua força, direcção, intensidade e duração.”
Idalberto Chiavenato (2005, p.242), defende que a “Motivação é a pressão interna surgida de uma necessidade, também interna, que excitando (via electroquímica) as estruturas nervosas, origina um estado energizador que impulsiona o organismo à actividade, iniciando, guiando e mantendo a conduta até que alguma meta (objectivo, incentivo) seja conseguida ou a resposta seja bloqueada.”
Numa perspectiva geral a maioria das definições de motivação tende a incluir um elemento de estimulação, acção e esforço, movimento e persistência, bem como a recompensa. 



3 IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

A motivação é extremamente importante no que concerne aos aspectos que envolvem o ambiente de trabalho, sendo um factor crucial para o bom funcionamento das organizações, podendo ser determinada pelos comportamentos, necessidades e desempenho dos colaboradores. Permite ainda às organizações a possibilidade de avaliar o nível de motivação e desempenho individual, resultando nos processos de Motivação Organizacional.
De acordo com Steers e Porter (1991), “…a motivação, em relação ao comportamento no trabalho, energiza, orienta e sustenta esse comportamento.” Ou seja, certos comportamentos dos colaboradores praticados numa organização podem ser indícios de motivação ou desmotivação. Deste modo, a motivação é inferida pelos comportamentos observáveis dos trabalhadores.
Os níveis motivacionais dos colaboradores numa organização traduzem-se no bom ou mau desempenho dos mesmos. É essencial mantê-los motivados para que estes atinjam elevados padrões de desempenho, levando as organizações a alcançarem os seus objectivos e metas.
O desempenho organizacional é o resultado de vários factores, tais como: estratégia, tecnologia, talento humano e cultura organizacional.
A motivação deve fazer parte integrante da estratégia organizacional, e é fundamental que os colaboradores sejam continuamente motivados e estimulados a crescer enquanto profissionais, a executarem as tarefas inerentes às funções com eficácia, fazendo com que se sintam realizados no exercício das suas funções. Para tal, as organizações devem adequar os processos de resultado' target='_blank' style='color: #0000FF; text-decoration: underline'>coaching e promover uma liderança eficaz que seja determinante no processo motivacional.
Segundo Ward (1998, p.118), “Tudo vai permanecendo constante, se as pessoas estiverem altamente motivadas a obter resultados, administrá-las será uma tarefa que exigirá menos esforço…”.
Colaboradores motivados visam com maior probabilidade a obtenção de rendimento, compreensão, intelectualidade, competência, conhecimento tecnológico, desenvolvimento de talentos individuais e produtividade.
Segundo Minicucci (1992, p.228), “Em uma sociedade de produção em massa, o empreendimento de motivar as pessoas a trabalhar não constitui uma tarefa fácil, visto que muitos obtêm pouca satisfação pessoal em seus empregos e auferem pouco senso de realização e criatividade”.
Os seres humanos podem ser motivados de diferentes formas, visto que todos os indivíduos são distintos e as suas necessidades individuais vão sofrendo alterações ao longo da vida.
Chiavenato (2005, p.244) revela que “…o que motiva alguém hoje pode não motivar amanhã”.
O processo motivacional está direccionado para as metas e necessidades individuais. O alcance das metas e objectivos conduz a uma redução das necessidades.
Para Bergamini (1997, p.32), “…os aspectos motivacionais surgem, essencialmente, do próprio sujeito, como resultado de sua história de vida suas necessidades de encarar desafios, do lugar reservado ao trabalho em sua vida, o modo como constrói as relações interpessoais, a disponibilidade para construir a carreira e o modo como este se organiza frente a situações não planejadas…a motivação surge a partir da personalidade do individuo…”
O processo motivacional pode ser explicado pela:
1 Identificação de necessidades que provocam tensão e desconforto na pessoa;
2 A pessoa procura satisfazer as necessidades, surgindo um comportamento;
3 Se a pessoa satisfizer a necessidade, o processo motivacional é eficaz;
4 A avaliação do desempenho pode desencadear uma recompensa;
5 Novo processo motivacional.
De acordo com Chiavenato (2005, p.245), “…num processo motivacional, se a necessidade for satisfeita gera-se um bem-estar, contudo caso a necessidade não seja satisfeita, pode gerar-se um processo de frustração, conflito e estresse”.


4 TIPOS DE MOTIVAÇÃO

As pessoas podem ser motivadas nas organizações onde trabalham de duas formas, através da motivação intrínseca e da motivação extrínseca. Tanto a motivação intrínseca como a extrínseca podem deixar de o ser repentinamente, caso os benefícios, recompensas e incentivos deixem de corresponder às expectativas do indivíduo.
4.1 Motivação Intrínseca

A motivação intrínseca reporta-se a comportamentos de trabalho que são efectuados com entusiasmo. O próprio trabalho provoca satisfação na pessoa que o desempenha, fazendo com que o indivíduo o execute com prazer, sentindo-se motivado intrinsecamente. Um dos exemplos em que está presente a motivação intrínseca é o caso do empresário milionário que continua a trabalhar arduamente, ou então quando um aluno tem vontade de aprender.
Uma das vantagens da motivação intrínseca é que a mesma tende a manter-se ao longo dos tempos e valoriza a competência, o êxito, o rendimento, a aprendizagem e a satisfação pessoal.
De acordo com Deci (1975), “As actividades motivadas intrinsecamente são aquelas para as quais não há recompensas aparentes, para além da actividade em si mesma. As actividades são mais fins em si mesmas do que meios para alcançar um fim”.
4.2 Motivação Extrínseca
A motivação extrínseca refere-se sobretudo a comportamentos que estão motivados pelo facto de terem uma finalidade. Essa finalidade pode ser a obtenção de uma recompensa material ou social após a concretização da tarefa, ou então para evitar uma punição. Deste modo, a satisfação da pessoa é apenas uma consequência da acção. Um dos exemplos de motivação extrínseca é um estudante que no fim do dia vai entregar pizzas para ganhar algum dinheiro.
A motivação externa pode estar associada a diversos factores, tais como estatuto social, ego, comparação com os outros, prémios, reconhecimento/elogios.
 


5 TEORIAS DA MOTIVAÇÃO

Quando falamos em motivação, associamos de imediato às várias teorias que estão associadas a este conceito. Não faltam teorias sobre motivação e diversos autores que dedicaram as suas vidas ao estudo das mesmas. O mais difícil é compreender os seus factos e as suas complexidades. O quadro que se segue permite-nos identificar os dois grandes tipos de teorias existentes, bem como as teorias que estão associadas a cada uma delas.



5.1 TEORIAS DE CONTEÚDO

As teorias de conteúdo centram-se sobretudo na satisfação de uma pessoa. Preocupam-se em identificar o que se passa no interior do indivíduo ou no seu ambiente de trabalho, bem como nos factores que motivam as pessoas.
5.1.1 Teorias de Conteúdo Gerais

As teorias de conteúdo gerais dedicam-se particularmente ao estudo dos motivos do comportamento humano e referem-se às aspirações genéricas das pessoas. A teoria das necessidades humanas é uma das teorias de conteúdo gerais.
Teoria das Necessidades
Abraham Maslow dedicou grande parte da sua vida profissional ao estudo e desenvolvimento da teoria das necessidades. Esta teoria motivacional baseia-se essencialmente numa hierarquia das necessidades, sendo que as mesmas estão ordenadas hierarquicamente, de acordo com o seu grau de importância e influencia no comportamento das pessoa.
Deste modo, Maslow distingue cinco níveis de necessidades (necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, de amor, de estima e de auto-realização), numa hierarquia que se divide em dois grupos. O primeiro grupo inclui as necessidades de ordem superior (necessidades sociais, de amor, estima e auto-realização), podendo estas ser satisfeitas de forma intrínseca. O segundo grupo inclui as necessidades de ordem inferior (necessidades fisiológicas e de segurança), sendo elas satisfeitas externamente.
De acordo com Maslow (2003), “…as necessidades não satisfeitas são os motivadores principais do comportamento humano, havendo precedência das necessidades mais básicas sobre as mais elevadas”.
 

 5.1.2 Teorias de Conteúdo Organizacionais

Estas teorias referem-se particularmente a situações de trabalho. A teoria bifactorial é uma das teorias de conteúdo organizacionais.


Teoria Bifactorial
A teoria bifactorial foi desenvolvida por Frederick Herzberg em 1959, baseia-se sobretudo nos factores que contribuem para a satisfação e insatisfação no trabalho. Esta teoria defende que as pessoas têm dois tipos de necessidades, as motivadoras e as higiénicas.
Para Herzber (1959), a motivação no trabalho depende sobretudo de dois factores:
Os Factores Higiénicos referem-se às condições que rodeiam a pessoa enquanto trabalha. Corresponde ao contexto de trabalho, são de natureza extrínseca e não geram satisfação nas pessoas a curto prazo.
Os Factores Motivacionais referem-se ao conteúdo do cargo, às tarefas e às actividades relacionadas com o mesmo. As necessidades motivadoras são de natureza intrínseca e conduzem a uma satisfação a longo prazo, aumentando a produtividade em níveis de excelência.
 

5.1 TEORIAS DE CONTEÚDO

As teorias de conteúdo centram-se sobretudo na satisfação de uma pessoa. Preocupam-se em identificar o que se passa no interior do indivíduo ou no seu ambiente de trabalho, bem como nos factores que motivam as pessoas.
 

5.1.1 Teorias de Conteúdo Gerais

As teorias de conteúdo gerais dedicam-se particularmente ao estudo dos motivos do comportamento humano e referem-se às aspirações genéricas das pessoas. A teoria das necessidades humanas é uma das teorias de conteúdo gerais.
Teoria das Necessidades
Abraham Maslow dedicou grande parte da sua vida profissional ao estudo e desenvolvimento da teoria das necessidades. Esta teoria motivacional baseia-se essencialmente numa hierarquia das necessidades, sendo que as mesmas estão ordenadas hierarquicamente, de acordo com o seu grau de importância e influencia no comportamento das pessoa.
Deste modo, Maslow distingue cinco níveis de necessidades (necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, de amor, de estima e de auto-realização), numa hierarquia que se divide em dois grupos. O primeiro grupo inclui as necessidades de ordem superior (necessidades sociais, de amor, estima e auto-realização), podendo estas ser satisfeitas de forma intrínseca. O segundo grupo inclui as necessidades de ordem inferior (necessidades fisiológicas e de segurança), sendo elas satisfeitas externamente.
De acordo com Maslow (2003), “…as necessidades não satisfeitas são os motivadores principais do comportamento humano, havendo precedência das necessidades mais básicas sobre as mais elevadas”.

5.1.2 Teorias de Conteúdo Organizacionais

Estas teorias referem-se particularmente a situações de trabalho. A teoria bifactorial é uma das teorias de conteúdo organizacionais.


Teoria Bifactorial
A teoria bifactorial foi desenvolvida por Frederick Herzberg em 1959, baseia-se sobretudo nos factores que contribuem para a satisfação e insatisfação no trabalho. Esta teoria defende que as pessoas têm dois tipos de necessidades, as motivadoras e as higiénicas.
Para Herzber (1959), a motivação no trabalho depende sobretudo de dois factores:
Os Factores Higiénicos referem-se às condições que rodeiam a pessoa enquanto trabalha. Corresponde ao contexto de trabalho, são de natureza extrínseca e não geram satisfação nas pessoas a curto prazo.
Os Factores Motivacionais referem-se ao conteúdo do cargo, às tarefas e às actividades relacionadas com o mesmo. As necessidades motivadoras são de natureza intrínseca e conduzem a uma satisfação a longo prazo, aumentando a produtividade em níveis de excelência.


5.2 TEORIAS DE PROCESSO

As teorias de processo centram-se em processos cognitivos que afectam as decisões, face ao comportamento no trabalho. Analisam a motivação de uma forma dinâmica, procurando sobretudo formas de desenvolver o comportamento humano. 



5.2.1 Teorias de Processo Gerais


Estas teorias procuram explicar o desenvolvimento da motivação numa lógica mais vasta que a organizacional.
Teorias da Equidade
A teoria da equidade foi desenvolvida por Adams (1965) e sustenta que as pessoas querem ser reconhecidas de forma satisfatória, em comparação com outras pessoas, pelas suas experiências, habilidades, competências e outros elementos inerentes ao cargo.
Esta teoria parte do princípio que os trabalhadores comparam os seus contributos à organização, ou seja, com aquilo que dela recebem, devendo haver correspondência entre e os investimentos e os ganhos. Existe dois tipos de equidade, a equidade interna e a equidade externa. A equidade interna refere-se à comparação entre os membros da mesma organização. A equidade externa consiste na comparação com pessoas exteriores à organização.
A teoria da equidade procura explicar a justiça distributiva, ou seja, a forma como são distribuídas as recompensas entre as pessoas numa organização.


5.2.2 Teorias de Processo Organizacionais

Estas teorias procuram explicar a dinâmica de desenvolvimento da motivação numa lógica organizacional. A teoria das expectativas é um dos exemplos das teorias de processo organizacional.
Teoria das Expectativas
A teoria das expectativas ou teoria das expectativas, instrumentalidade e valência foi uma das teorias mais conhecidas na psicologia. Foi desenvolvida por Vroom (1964) e outros autores, tais como Lyman Porter e Edward Lawler. É uma teoria cognitiva que sustenta que as pessoas podem avaliar-se racionalmente, bem como avaliar as situações e fundamentar as suas acções.
A teoria considera que o comportamento é resultado de uma escolha consciente. O comportamento escolhido é aquele que conduz a maiores ganhos para a pessoa. Ela organiza-se em torno de três conceitos: expectativas, valência e instrumentalidade.
• Expectativas: é a probabilidade de que se um esforço for exercido, o desempenho será bem sucedido, assim como a recompensa pelo mesmo;
• Valência: para haver um esforço da pessoa, é necessário que haja uma recompensa valiosa e positiva;
• Instrumentalidade: um primeiro resultado irá condicionar outro resultado. Se uma recompensa monetária for favorável, irá contribuir para um estilo de vida superior.
Sendo assim, para que haja motivação, as expectativas, a valência e a instrumentalidade devem ser elevadas. 


6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As organizações devem proporcionar espaços de trabalho saudáveis, preocupar-se com a qualidade de vida dos seus colaboradores e serem atractivas para trabalhar, privilegiando a existência de pessoas motivadas.
Num ambiente económico global e competitivo, torna-se urgente actuar em consonância, num contexto organizacional capaz de manter o equilíbrio, entre a incerteza e a insegurança económica. As organizações devem proporcionar segurança e confiança aos trabalhadores, para que estes continuem a garantir um desempenho elevado e eficaz, contribuindo assim para elevar a performance organizacional.
A chave do sucesso para um elevado desempenho das organizações está na congruência entre os elementos da organização, principalmente entre a estratégia, a estrutura, as pessoas e a própria cultura organizacional.
Ao relacionar-se as principais teorias da motivação verifica-se que são inúmeras e distintas as razões motivacionais de cada pessoa, apesar de partilharem o mesmo espaço organizacional.
Conclui-se que, apesar de existirem várias definições dos conceitos e diferentes teorias de diversos autores, relativas ao mesmo tema, o objectivo final é similar, ou seja, fazer com que os trabalhadores se sintam satisfeitos e motivados no seu local de trabalho e, na realização das tarefas inerentes à função que desempenham, contribuindo de forma decisiva para o aumento da performance da organização.





Fonte: http://www.rhportal.com.br/artigos/rh.php?rh=Motivacao-no-Trabalho&idc_cad=x9oif4v7j

terça-feira, 3 de maio de 2016

Caminhos da linguagem: uma visão transdisciplinar - volume II - livro

Organizadoras: Lígia Sayão Lobato Coppetti & Rosane Lefebvre




APRESENTAÇÃO

Por Marcelo Spalding

A escrita imortalizou o ser humano. Ou pelo menos suas memórias, suas representações, seus medos, anseios e descobertas. A escrita de cada um de nós supera nosso ínfimo tempo de permanência na Terra, espalha nossa voz para além dos muros de nossas casas, para além das fronteiras de nossos países. E hoje mais do que em qualquer outro tempo.
Nunca se leu e escreveu tanto. Um pouco pela emergência das redes sociais e de novas formas de comunicação escrita, como o Whatsapp e o Facebook. Há também o fenômeno do academicismo (que chegou com atraso no Brasil, mas chegou), e com ele um efervescente meio acadêmico com Lattes a serem preenchidos, revistas abrindo espaço a publicações, congressos e mais congressos, enfim, uma incessante troca que aos poucos consolida-se e deixa de ser mera obrigação para que se obtenha um diploma, transformando a produção acadêmicas em relevante repositório de descobertas. O academicismo, então, quando despido do seu caráter ensimesmado e arrogante é um grande trunfo da cultura escrita, levando a possibilidade de refletir, produzir e divulgar conhecimento a todos, de forma ampla, irrestrita e democrática.
Sob esse ponto de vista, saúdo Caminhos da linguagem: uma visão transdisciplinar II por entendê-lo não como uma reunião de artigos de pessoas recém egressas de um curso de pós-graduação em Letras, ávidas por registrar em papel – para além de seu tempo e espaço – o resultado de suas pesquisas. A publicação desse SEGUNDO número de artigos demonstra a vitalidade e o amadurecimento das autoras e autores aqui presentes e também prova que eles não buscam apenas linhas no Lattes, e sim acreditam na permanência de suas descobertas.
Dessa forma, ao me referir aos artigos de cada autor não farei distinção entre mestres, doutores ou doutorandos, alunos ou professores. Para nós, leitores, são todos pesquisadores com algo a nos mostrar, a nos revelar. E se precisamos dar um fio condutor aos textos aqui reunidos, para além de serem oriundos de um produtivo, plural e eclético Programa de Mestrado e Doutorado em Letras, o da UniRitter, podemos dizer que quase na totalidade eles abordam a linguagem escrita, deixando revelar nas entrelinhas uma paixão e uma tentativa de apreensão dessa linguagem que imortalizou o ser humano, permitindo a ele representar o abstrato.
Sintomático disso é a grande quantidade de textos que abordam o ensino-aprendizagem da leitura, como “A leitura e o desencadeamento do processo de leitura, de Carolina Moojen, que aborda a importância da interpretação dos signos e a dificuldade da sua incompreensão para o processo de leitura, resgatando estratégias e reafirmando a importância do conhecimento de mundo para a compreensão textual. E “Leitura e construção da autonomia na infância: linguagem e pensamento infantil”, de Beatriz Medeiros da Costa, que relaciona o desenvolvimento linguístico da criança com a capacidade de interpretar e se desenvolver cognitivamente, demonstrando como o contato com obras literárias ajuda a criar a autonomia.
Outros artigos que também enfocam o ensino-aprendizagem, mas aí de uma língua adquirida, são “Ensino-aprendizagem de uma língua adicional: múltiplos processamentos”, de Maíra Barbarena de Mello, “Ensino-aprendizagem de lingua(gem) e professor de LP como LA”, de Amelina Silveira, e “O trabalho colaborativo no ensino-aprendizagem de inglês como língua adicional através da perspectiva das comunidades de prática”, de Kathy Torma.
Maíra Barbarena de Mello analisa o processo de ensino-aprendizagem de língua estrangeira entre alunos da Educação Básica, enfocando tal processo nas interações em contexto institucional. Amelina Silveira apresenta uma análise sobre o tema a partir de entrevistas de professores de português para estrangeiros, enfocando nos materiais didáticos por eles utilizados. Kathy Torma aborda a construção da aprendizagem através da participação situada que ocorre dentro das comunidades de prática para a legitimação da participação periférica, partindo de uma nova concepção de aprendizagem da socióloga e antropóloga Jean Lave e do professor Etienne Wenger.
Os materiais didáticos, foco da pesquisa de Amelina Silveira, também são objeto de estudo dos artigos de Ana Paula da Cunha Sahagoff, Denúsia Moreira de Souza e Leny Gomes. Ana Paula Sahagoff, em “Reflexões sobre concepções de leitura: PCN e LD” trabalha com livros didáticos, investigando se as propostas de leitura de tais livros estão de acordo com as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa. Denúsia Souza e Leny Gomes, em “Recursos eletrônicos digitais em livros didáticos de língua e literatura do Ensino Médio”, propõem uma visão crítica sobre o uso de livros didáticos, especificamente neste artigo investigando os sites indicados pelos livros didáticos aos estudantes de literatura.
A literatura é mote para o estudo de Martha Costa Guterres Paz, que em “O simbolismo sonoro de Avalovara, de Osman Lins, sob a ótica da filosofia tântrica” relaciona a filosofia tântrica com o romance de Osman Lins a partir das percepções sonoras, propondo uma contraposição de opostos através de uma dança rítmica que expressa a convivência inseparável entre o sagrado e o profano.
Outro tema que se faz presente, como não poderia deixar de ser em um livro contemporâneo, é a cultura digital. Ligia Sayão Lobato Coppetti, em “A influência da interação na formação e expressão de identidades em um ambiente virtual de aprendizagem”, parte da influência específica da interação na formação e expressão das identidades de indivíduos participantes de um ambiente virtual de aprendizagem, analisando especialmente as postagens nos fóruns dos alunos e seus tutores. E Valéria Brisolara, em “Curtindo e compartilhando: autoria e espaço digital”, retoma estudos sobre autoria de Barthes e Foucault, além de agregar o recente trabalho de Séan Burke, para refletir sobre o espaço do autor em ambientes digitais, especialmente nas redes sociais, onde se amplifica a autoria coletiva e colaborativa.
O tema da autoria, a propósito, é também a base para o artigo de Rosane Lefebvre, que em “Questões de autoria e estilo” parte do texto de uma aluna de primeiro semestre intitulado “Quem sou eu?” para, a partir do interacionismo sócio-discursivo, analisar marcas linguísticas de subjetividade que se caracterizam como marcas de autoria.
Por outro viés dos estudos de autoria, o da intertextualidade, é que se apresenta o artigo de Manuel Cid Jardon, “A intertextualidade na construção dos textos jurídicos”. Jardon recupera o conceito de dialogismo de Bakhtin para demonstrar a importância do conceito de intertextualidade, de Kristeva, para as tramas discursivas dos principais gêneros textuais do Direito.
Também partindo do texto jurídico, mas com abordagem distinta, Katiane Covatti e Silva Serpa, em “A participação popular na criação da Lei da Ficha Limpa à luz da Análise Crítica do Discurso”, aplica essa linha de análise do discurso para explorar a trajetória da Lei, observando as relações de poder envolvidas.
E para finalizar, um artigo que aborda outros tipos de linguagem além da textual, propondo estratégias para que o profissional da voz empregue no processo de comunicação interpessoal recursos da linguagem corporal, da linguagem oral, do aprimoramento vocal e do domínio da oratória, “A versatilidade da linguagem oral e as nuances para a comunicação humana”, de Miriam Teresinha Pinheiro da Silva.
Evidentemente que os temas aqui abordados são diversos e complexos, não sendo pretensão das autoras e autores, dos artigos e nem do livro esgotá-los. Que venham outros livros como este, movimentando e dinamizando o academicismo para além de seu estigma.


Lançamento dia 17 de junho as 18,30 hs na FNAC do Barra Shopping, Porto Alegre 

Pré venda diretamente com os autores. 
Informações: ligia.coppetti@gmail.com