Resumo: Este artigo teve como objetivo realizar estudos sobre como as relações interpessoais influenciam nas relações do ambiente de trabalho, bem como entender os aspectos que podem favorecer a harmonia no convívio diário, no qual prevaleçam relações interpessoais mais humanas e justas, privilegiando o respeito à diversidade sócio-cultural de todos os envolvidos no processo educacional. Para tanto, realizamos uma pesquisa bibliográfica com estudiosos da área.
Atualmente as relações interpessoais estão cada vez mais difíceis. Com o estresse que vivemos ficamos mais intolerantes conosco e com os outros. Talvez este seja o momento de refletirmos um pouco mais a respeito dos nossos sentimentos e atitudes. A cobrança excessiva que fazemos a nós se estende ao outro. Fiscalizamos tanto o que devemos falar ou como agir que colocamos na verdade uma máscara para sermos aceitos e conseguirmos um ambiente de trabalho harmônico.
A convivência humana exige a interação, aceitação, desprendimento e acolhimento. Pois relacionar-se é dar e receber ao mesmo tempo, é abrir-se para o novo.
A partir de diferentes leituras buscou-se obter sugestões de como transformar as relações interpessoais no ambiente de trabalho para transformá-lo em agradável e acolhedor.
No processo de evolução, a necessidade de se comunicar propiciou a construção de relações sociais. Dessa forma a comunicação passou a ser ferramenta fundamental para o aprimoramento das relações cotidianas.
Relacionar-se bem com os outros costuma figurar como qualificação desejável no trabalho, o que pode ser facilmente compreendido ao se calcular o tempo em que passamos nos comunicando com outras pessoas. Relacionamento interpessoal é a ferramenta propulsora das vontades, das expressões corporais, escritas, faladas entre as pessoas. O ser humano necessita se relacionar para buscar e compartilhar a harmonia do grupo.
Para tanto, é possível identificar que a motivação faz a diferença em uma equipe de trabalho, e que é de responsabilidade de cada membro buscar e propor meios que os ajudem a se sentirem satisfeitos e motivados no ambiente de trabalho.
E é nessa reflexão que percebemos a importância das Relações Interpessoais na vida de cada pessoa, pois melhorando nossas relações com o outro compreendemos que cada um precisa ser respeitado de acordo com suas necessidades psicológicas, físicas, sociais.
Precisamos adquirir o autoconhecimento, uma compreensão empática, saber nos colocar no lugar do outro, para aprendermos conviver em grupo, pois o mundo moderno cada vez mais exige essa capacidade de nos relacionarmos conosco mesmos e com o próximo.
A convivência humana sempre foi um tema desafiante para escritores, psicólogos e profissionais das mais diversas áreas. Falar de relacionamento interpessoal é muito complexo. O ser humano necessita adaptar-se para se relacionar, a harmonia não é somente para com o exterior, mas inicia-se dentro de nós.
As relações interpessoais desenvolvem-se em decorrência do processo de interação social envolvente, como sentimentos positivos de simpatia e atração, provocando o aumento da interação e cooperação, repercutindo nas atividades e garantindo melhor desempenho.
"O objetivo das relações humanas é o aumento da valorização do ser humano, é o aumento do respeito. Procure em cada relação humana ter um enriquecimento pessoal. Evite em cada relação humana ter um empobrecimento pessoal". (SAMPAIO: 2000).
Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, há uma base inteira de diferenças que englobam conhecimentos, informações, opiniões, preconceitos, atitudes, experiências anteriores, gostos, crenças, valores e estilo comportamental, o que traz inevitável diferença de percepções, opiniões e sentimentos em relação a cada situação vivenciada.
A maneira de lidar com as diferenças individuais criam certo clima entre as pessoas e tem forte influência sobre toda a vida de um grupo, principalmente nos processos de comunicação, no relacionamento interpessoal, no comportamento organizacional e na sua produtividade. "Pertencer a um grupo não significa ter as mesmas ideias, mas participar da mesma vida". (FRITZEM: 2000).
As relações interpessoais e o clima de grupo influenciam reciprocamente de forma agradável, estimulantes ou aborrecedoras nas atividades desenvolvidas, trazendo satisfações ou insatisfações tanto pessoais quanto grupais.
Percebemos que as diferenças individuais não são apenas corporais ou intelectuais, que as pessoas são individuais e únicas, é bem verdade que semelhança há entre elas, mas que algo as diferencia umas das outras. Podemos transformar nossa vida tendo a noção de que devemos vivenciar situações e buscar aprimorar nosso aprendizado não só voltado para o eu, mas também, para o global.
O conhecimento da história de vida do outro e o entrosamento entre os indivíduos é de grande relevância para que se possa viver em harmonia consigo mesmo e com os outros, facilitando assim o nosso aprendizado. A troca de conhecimentos nos ajuda no bom desempenho da nossa prática profissional. A interação em qualquer ambiente que seja, nasce da aceitação, desprendimento e acolhimento. No mundo atribulado em que vivemos às vezes não nos damos conta que relacionar-se é dar e receber ao mesmo tempo é abrir-se para o novo.
Uma equipe é formada por pessoas que se ajudam, e todos são valorizados pelas suas capacidades e características. Porém, sabemos que também há pessoas que pensam de forma diferente, pois ninguém é igual a ninguém. Opiniões diferentes sempre vão surgir. Faz parte do ser humano defender aquilo que acredita e por isso se sentir sempre com a razão, tendo certas dificuldades de aceitar a opinião dos outros.
Por outro lado, também é normal que pessoas que comungam do mesmo objetivo, pensem da mesma maneira, se identifiquem e se dêem bem. Da mesma forma, pessoas que têm diferentes pontos de vista podem entrar em conflito como se habitassem mundos diferentes ou viverem harmoniosamente, dependendo de sua capacidade de aceitação.
No entanto, querendo ou não, trabalhamos e convivemos todos os dias com outras pessoas que também são colaboradores da construção da nossa história e sendo assim, temos que nos habituar com o jeito de cada um. Uns fáceis e outros difíceis.
A harmonia no local de trabalho torna este espaço um lugar prazeroso para todos, onde cada um dá o seu melhor e sente-se bem, respeitando os limites e possibilidades de cada um, reduzindo assim as diferenças e somando potencialidades.
No mundo globalizado e competitivo em que vivemos a motivação e o entusiasmo têm sido um grande diferencial para o sucesso. Hoje, precisamos de algo mais do que só a competência técnica, faz-se necessário termos motivos dentro de cada um de nós, os quais, por meio do talento, são expressos de forma a podermos fazer diferente e melhor. O segredo está em sempre fazer da melhor forma e com satisfação.
Para Gilclér Regina a motivação é como um motor em ação, é uma pessoa em movimento e a falta de seu uso atrofia, enferruja. A motivação é a diferença, que faz a diferença e separa as pessoas que dão certo na vida, daquelas que estão sempre reclamando de alguma coisa e ficando para trás.
Segundo Minicucci (2001), "as motivações podem ser entendidas como certos impulsos para certos tipos de comportamento que satisfaçam às necessidades pessoais, seus desejos e aspirações".
As causas que motivam uma determinada pessoa não são necessariamente as mesmas que motivam outras pessoas.
É de responsabilidade de cada membro que faz parte da equipe escolar buscar meios que ajudem a todos na sua adversidade a se sentirem melhores e motivados no ambiente de trabalho. Uma pessoa motivada apresenta melhor qualidade e desempenho em suas atividades.
Um ambiente de trabalho que seja alegre, divertido, cooperativo, cheio de energia, poderá evitar o desânimo e manter a motivação de cada indivíduo em alta no o seu trabalho. Pessoas motivadas que gostam do que fazem, que são curiosas, que estão sempre procurando novos desafios em seu trabalho, acabam sendo mais eficientes e conseguem ter um rendimento maior em seu potencial. Sendo assim, a motivação é importante para mover as pessoas não só para ideais, mas também para sentir a necessidade de querer sempre mais e com maior eficiência para além de seu trabalho e também para a própria vida.
“Algumas pessoas reunidas transformam-se em grupo quando se verifica que cada indivíduo está afetado pelos outros indivíduos que compõe o mesmo grupo. Dessa forma, os indivíduos reagem com relação aos outros, por meio da interação.” (MINICUCCI, 2013).
Ao se formar o grupo logo surge uma hierarquia de valores e papéis, onde cada um exercerá uma função. Existirão também normas, condutas corretas, sistema de comunicação e até mesmo punições, como por exemplo, se alguém não cumprir o prazo será advertido e poderá correr o risco de ser afastado.
Conforme o tempo passa, o grupo no seu ambiente de trabalho, passará a ser mais ligado entre si e as amizades se fortalecerão. Pois o homem precisa estabelecer relações interpessoais com as demais pessoas, sejam elas por afinidade, compreensão, orientação, apoio ou proteção.
Nos ambientes educacionais há diversidade de comportamentos, visões de mundo e credos. Diferentes arranjos familiares e afetivos são cada vez mais presentes. Situações que, por não sabermos como lidar, acabam causando angústias e incompreensões. (FREITAS, 2012).
A escola constitui o ambiente dentro do qual as pessoas trabalham e vivem as maiores partes de suas vidas, pois dão algo de si e esperam algo em troca, seja a curto ou longo prazo. A maneira como esse ambiente é moldado e estruturado, influencia a qualidade de vida das pessoas. Mais do que isso: influencia o próprio comportamento e os objetivos pessoais de cada ser humano, pois trabalhar com um número grande de pessoas é um desafio constante.
Para que o trabalho se desenvolva de maneira amigável, a comunicação é uma ferramenta fundamental, a qual não é feita só por meio de palavras, mas também de gestos, expressões e tonalidades de voz, que nem sempre, coincidem com o que a mensagem pretende transmitir.
A comunicação conta com cinco elementos prioritários que compõem o processo: a instrução da tarefa, a fundamentação lógica, de acordo com a filosofia de cada uma, a informação propriamente dita, o feedback em relação ao desempenho dos indivíduos e as tentativas de doutrinar os subordinados a se envolverem emocionalmente em seu trabalho o que deve ser dado pelo seu superior.
Trabalhar em equipe pode ser comparado com um time de futebol, onde cada um deve fazer a sua parte visando o coletivo. Numa equipe não há um perdedor ou um ganhador, mas sim todos ganham ou todos perdem. Quando alguém acerta, todos vibram. Todos têm o mesmo objetivo e sabem exatamente para onde vão. Todos conhecem os valores e as limitações de cada um e tentam supri-las. Todos reconhecem nas diferenças individuais uma colaboração, um acréscimo, e percebem que não há razão para criticar ou sentir-se humilhado.
Naturalmente, que em uma sociedade como a nossa, em que fomos educados para competir uns com os outros, para trabalharmos, estudarmos sem pedir ajuda ou sem auxiliar, fica difícil vencer a individualidade. Faz-se necessário um trabalho intenso de conscientização, que demora um tempo para ser assimilado, pois passa pelo autoconhecimento, pela autoaceitação da limitação do outro, pela humildade de admitir que um precisa do outro, e também, pelo desenvolvimento da competência de cada um.
Para um bom resultado do trabalho em equipe, deve haver um sentimento de confiança para criar um clima amistoso e dialógico. No trabalho em equipe, é muito difícil lidar com diferentes personalidades ao mesmo tempo, quando algumas insistem em complicar as coisas por falta de equilíbrio emocional, pela competição, pela insegurança ou pelo desânimo.
Infelizmente, existem pessoas que fazem do trabalho um sofrimento e acham que isso deve ser para todos, fazendo com que o grupo perca harmonia e considere tudo realmente muito difícil.
Todas as relações dentro da escola são refletidas diretamente no rendimento do profissional. Ter boas relações com o grupo de trabalho, com a direção, funcionários e com os alunos é fundamental para que o trabalho seja completo e para que o ato de ensinar seja prazeroso. Se alguma dessas relações não estiver equilibrada, faltará motivação e o trabalho ficará prejudicado.
Cumprimentar, ter cordialidade e trocar informações são atitudes diárias muito importantes para a formação e manutenção das relações interpessoais, além de demonstrar a educação da pessoa que trabalha em um ambiente educativo.
Devemos sempre ter presente que com algumas pessoas estabeleceremos relações de maior ou menor proximidade, mas que seja como for, o respeito e a forma educada de convivermos com uma ou outra deve ser o mesmo.
Muitas vezes, devido às atribuições do dia a dia, nos esquecemos de empregar valores essenciais para manter boas relações com as outras pessoas. Essas atitudes vão se tornando habituais e transformando as relações mais superficiais. As pessoas vão se distanciando, o que contribui para a falta de estímulo e motivação no trabalho, pois o contato com o outro traz segurança e o sentimento de que não estamos sozinhos ou o contrário, que não temos ninguém com quem contar ou confiar.
A dinâmica das relações interpessoais nem sempre é positiva, principalmente entre os professores, onde a competitividade e a falta de comunicação prejudica o andamento dos trabalhos. Às vezes, projetos para a melhoria da aprendizagem, da cidadania, deixam de ser realizados por incompatibilidade ideológica entre os diferentes representantes da escola. Muitos colegas se fecham no seu mundo, impedindo o diálogo. Isso é um ponto negativo, pois o convívio agradável, a troca de experiências e a possibilidade de contar com o outro nos momentos de dúvida e busca de outras possibilidades, acrescenta a educação um caráter mais humanista.
Se as relações na escola, de uma forma geral, não estiverem equilibradas, o professor na sala de aula não fará um bom trabalho, e seu relacionamento com os alunos também poderá ficar comprometido, pois se sabe que o clima da escola, nosso estado de ânimo, transcende as paredes e afeta o comportamento das crianças e jovens com quem estamos trabalhando.
Grande parte dos problemas que um docente enfrenta pode ser proveniente de um ambiente de trabalho hostil, podendo este se tornar ainda mais complicado quando se trabalha com pessoas diversas.
Para manter um bom relacionamento também precisamos entender e respeitar o fato de que as pessoas são diferentes, portanto, pensam e agem, muitas vezes, diferentemente do que gostaríamos, que isso é próprio do ser humano e não nos cabe julgar ou achar seja lá o que for.
Quando os professores, servidores e equipe diretiva de uma escola relacionam-se bem, há grandes chances de se alcançar uma estrutura forte e funcional nesse meio. Para isso se faz necessário um bom entendimento entre todos que compõem a equipe da escola, pois existindo comunicação e respeito tudo funciona melhor.
As normas devem ser elaboradas e discutidas em conjunto, as sugestões dadas pelos colegas serem levadas em consideração e todos usarem a mesma linguagem com seus alunos, o que faz com que eles não se sintam perdidos e sim seguros naquele ambiente.
Portanto, o sucesso de uma relação satisfatória implica em trabalhar com “espírito de equipe”, exigindo esforço conjunto das pessoas, favorecendo a motivação, a cooperação, o afeto e a colaboração entre o grupo visando o crescimento pessoal dos indivíduos com os quais convivemos no ambiente de trabalho.
... relacionar-se é dar e receber ao mesmo tempo, é abrir-se para o novo, é aceitar e fazer-se aceito, buscar ser entendido e entender o outro. A aceitação começa pela capacidade de escutar o outro, colocar-se no lugar dele e estar preparado para aceitar o outro em seu meio. Segundo Rocha (2010).
Capacidade de relacionamento inclui autoconhecimento. Quando conhecemos a nós mesmos, aprendemos a nos amar e possivelmente a amar o próximo. Aprendemos a identificar aquilo que nos agrada e passamos a viver em busca daquilo que nos traz alegria.
Sendo assim, quando valorizamos a nossa busca e temos certeza do que verdadeiramente queremos conseguimos viver em paz. E quando alcançamos paz, conseguimos manter o nosso ânimo e coragem para prosseguir. Tornamo-nos pessoas mais compreensivas e generosas, pessoas boas que se importam com o outro. Aprendemos a ter fé e acreditar que vale à pena investir em outro ser humano. Aprendemos a controlar as nossas emoções dominando-as e assim tornamo-nos pessoas equilibradas, que verdadeiramente moderam as nossas atitudes.
Uma boa comunicação e a valorização do profissional permitem maior interação e mais cooperação entre os superiores e os demais colegas, por meio da troca de experiências e conhecimentos, possibilitando uma melhor expressão de suas ideias e contribuindo para desenvolver as atividades da equipe de trabalho.
Ao superior cabe exercer a função de líder oportunizando a cada colega espaços para seu crescimento pessoal e intelectual, servindo, ouvindo e atendendo suas necessidades de acordo com o que realmente precisam e não de acordo com aquilo que muitas vezes pedem. Saber “filtrar” o que lhe chega ao ouvido também é uma característica a ser considerada pelo líder. Muitas vezes, os colaboradores precisam apenas de alguém que os ouça em suas necessidades, não necessitando que o superior tome alguma atitude.
A comunicação entre o grupo de trabalho é de extrema importância, pois através do diálogo resolvemos conflitos e assim tornamos o ambiente agradável. Pois, as pessoas precisam interagir umas com as outras, conversar para que assim seja possível expressar sentimentos e emoções, transmitir ideias e conhecimento.
Contudo, é preciso saber que em certos momentos repensemos atitudes, controlemos nosso estresse e nos demonstremos mais tolerantes. Essas pequenas ações podem contribuir nas relações interpessoais do dia a dia.
Cada pessoa deve ter a liberdade de dizer o que pensa, sente e o porquê, aquilo que gosta e acredita.
Em um ambiente de trabalho saudável, busca-se entender o outro sem julgamentos e cobranças antecipadas, evitando-se conflitos desnecessários. Por outro lado, é importante valorizar as qualidades das pessoas, compreendendo-as e de alguma forma aproveitando isso no ambiente de trabalho, lembrando que ninguém é perfeito, e estamos em constante evolução, mas que a soma das potencialidades individuais pode levar a equipe a ter sucesso.
As palavras têm poder sobre nós, por isso temos que ter cautela na forma de usá-las, quando ouvimos coisas boas, como um elogio, ficamos felizes e usamos esse sentimento e essa energia boa nas nossas atitudes e ações do dia a dia em nosso trabalho. Da mesma forma, quando alguém nos ofende nos magoa, agimos de maneira grosseira, faltando com educação com pessoas que não precisam e nem tem nada a ver com o acontecido.
Sendo assim, as pessoas acabam agindo de acordo com o conjunto de características que as cercam (espaço físico ou social). Mas quem faz o ambiente são os seres que nele convivem, e cada um atrai aquilo que transmite.
Segundo Moscovici (1994), a interação humana ocorre em dois níveis concomitantes e interdependentes. O nível da tarefa é o que podemos observar, que é a execução das atividades individuais e em grupos. Já o socioemocional refere-se aos sentimentos que são gerados pela convivência.
Se esses sentimentos são positivos, o nível da tarefa é facilitado, gerando uma produtividade satisfatória. Se, ao contrário, o clima emocional não é satisfatório, a tarefa passa a sofrer os efeitos, que muitas vezes se manifestam com interações de desagrado, antipatia, aversão, raiva, etc. A hostilidade e as condutas agressivas têm sua origem na raiva, emoção frequente que nem sempre se apresenta de forma clara no ambiente de trabalho. A raiva pode manifestar-se de maneira camuflada, sob a forma de queixa, falta de cortesia, postura competitiva, ironia e inveja ou expressões faciais.
A interação socioemocional pode favorecer o resultado do trabalho e das relações interpessoais. Se os processos são construtivos, a colaboração e o afeto predominam isso possibilita a coesão do grupo. Caso contrário, o grupo passa a ter conflitos internos.
A afetividade tem valor importante no espaço de convivência de pessoas. É ela uma impulsionadora da consideração pelo outro, do agrado, do bem querer, de cuidado com o outro.
O que se observa é que para trabalhar bem, e em grupo, as pessoas precisam possuir não apenas competências técnicas para realizar suas funções, mas também competências emocionais. Precisam perceber o seu eu em relação ao eu do próximo e em como acontece essa interação.
O ato de saber colocar-se no lugar do outro é uma qualidade indispensável, e que, só uma pessoa madura é capaz de exercitá-la.
Vemos que a realização eu é fundamental na interação com os outros; a forma como eu me vejo, minhas motivações, ideologia, influenciam em cada interação interpessoal e determinam comportamentos. A harmonia consigo mesmo, a autoaceitação e valorização, o bem-estar físico e mental, proporcionam um equilíbrio na relação com o outro. Depende do meu ponto de vista para equilibrar e suavizar o clima do ambiente profissional, pois é ali que se passa a maior parte da vida e para tanto, este lugar deve ser cuidado, cuidar do eu, de quem faz parte dele e das relações que se estabelece.
A qualidade de vida no trabalho não resulta apenas de bons salários e compensações, mas um grande diferencial é o tratamento humano que valorize a gentileza, a cordialidade, a possibilidade de expressar os pontos de vistas divergentes, utilizando-se do respeito, do relacionamento sincero, colocando-se no lugar do outro, em posição de humildade, estar sempre atento ao seu comportamento e ao do outro. Isso facilita a percepção e descoberta de atitudes que necessitam ser revistas e aprimoradas. Para que isso aconteça é importante a análise pessoal e tomada de consciência.
Em determinados ambientes de trabalho, é possível encontrar pessoas que ali estão, mas que de certo modo não tentaram possibilidades de novos trabalhos e permanecem no lugar, insatisfeitas ou não se encontrando naquilo que realizam, sendo que existem tantas e novas oportunidades no mercado de trabalho.
É necessário pensar, avaliar e ver até onde vale a pena aquilo que realiza. Pois de nada resolve reclamar de salários, se não sai em busca de aperfeiçoamentos e condições de vida melhor. A qualidade de vida depende do sujeito querer, escolher e mudar. Às vezes, não precisamos de vários cursos, mas precisamos de coragem para mudar. E quando, uma porta se fecha, nasce uma possibilidade nova, uma janela abre-se, e aí percebe-se quanto tempo se perdeu, vendo os resultados adquiridos pela mudança.
Relacionamento interpessoal é uma arte. A arte de se dar bem com os outros, e de obter e conservar a cooperação e a confiança dos membros do grupo.
As relações que se desenvolvem entre as pessoas dependem das atitudes, da personalidade de cada um e de uma escala de valores. Pois se olharmos todos os setores da vida moderna, verifica-se que o homem não pode viver nem trabalhar sozinho. Dessa forma, busca cada vez mais a harmonia na convivência dos grupos de trabalho.
O ser humano é eminentemente social, necessita da interação com seus semelhantes e para obter esse bom entrosamento é importante estabelecer vínculos duradouros de confiança, equilíbrio e segurança, respeitando opiniões, explicando decisões, respeitando sentimentos e emoções alheias, dando liberdade de pensamento, etc.
Um ambiente acolhedor e social e dirigido democraticamente, sem exclusão ou desqualificação de ninguém, articula os interesses e as necessidades de todos.
Cumprimentar, ter cordialidade, educação e saber trocar informações são atitudes diárias muito importantes para a formação e manutenção das relações interpessoais. Devemos estar cientes de que com algumas pessoas estabeleceremos relações de maior ou menor proximidade, mas que seja como for, o respeito com que convivemos com uma ou outra deve ser o mesmo.
Numa perspectiva voltada exclusivamente para o âmbito educacional, no qual estamos inseridos e foi o objeto de estudo que motivou a produção do presente artigo, cabe destacar o papel do profissional educador, que tem o compromisso de primar por relações interpessoais que visem à afetividade, o amor pelos colegas e alunos dentro da escola. Dessa maneira teremos a possibilidade de humanizar o contexto escolar para que nossos alunos cresçam em um ambiente que propague amor e onde haja a valorização do ser humano.
Contudo, sabemos que em qualquer ambiente de trabalho as relações precisam ser positivas para um bom rendimento do profissional. Nas escolas, em decorrência de muitos problemas existentes na educação, muitas vezes, o que encontramos são professores e funcionários desgastados e estressados. Esses fatores podem tornar as relações entre as pessoas superficiais e gerar um afastamento entre os próprios colegas de trabalho.
Porém, se as relações na escola, de uma forma geral, não estiverem boas, o professor na sala de aula não fará um bom trabalho, e seu relacionamento com os alunos também poderá ficar comprometido.
O ambiente onde existe uma relação de confiança e respeito torna-se alegre e motivador. Faz com que o grupo enxergue a escola como um local importante e sinta prazer em permanecer lá durante alguns anos da sua vida. Por vezes, basta apenas um olhar, um sorriso, para que as pessoas sintam-se bem.
O diálogo e a interação entre a equipe e demais colegas de trabalho deve acontecer sempre. Todos devem ter a oportunidade de participar das discussões e tomada de decisões, pois existindo comunicação e respeito tudo funciona melhor.
Portanto, entende-se as relações interpessoais como uma disposição interior, uma aceitação do outro que transparece no modo de falar, de olhar, na postura e, sobretudo, na forma de agir. Precisamos perceber o seu eu em relação ao próximo e como acontece essa interação. Saber conviver, interagir e se comunicar com as pessoas é fundamental para a harmonia e a melhor qualidade de vida no ambiente de trabalho.
Fonte: http://www.ijui.com/artigos/71323-relacoes-interpessoais-no-ambiente-de-trabalho.html
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