A geração de valor de uma empresa é entendida por algumas referências como a composição do capital financeiro e do capital intelectual. Faltar o entendimento do fator humano na formação do capital intelectual pode ocasionar riscos ao valor da empresa, dev
A concepção de valor de uma empresa e o quanto ela contribui para o ambiente no qual ela interage deixou de ser apenas concepção contábil/financeira para evolução na formação de dois componentes que interagem constantemente na engrenagem administrativa, que são: capital econômico + capital intelectual.
O Capital intelectual pode ser considerado como um dos capitais mais proeminentes dos empreendimentos contemporâneos. É um ativo intangível que é estruturado na competência das pessoas e nas estruturas interna e externa das organizações.
Alguns modelos de planejamento estratégico como o Sigma Management Framework e o Modelo de Skandia, trazem em seus direcionadores estratégicos formas de medir a contribuição intelectual nos planos, a sustentação, renovação e inovação deste para as empresas. Porém, não basta apenas a visão de fato com os indicadores de planejamento, é necessário partir para a intenção de inserir a realidade desses nas práticas de gestão.
Ocasionalmente tem-se observado certo “descuido” quanto aos riscos de perenidade e sustentação dos negócios em relação ao capital intelectual em suma, mas principalmente tratando-se do capital humano. O capital humano diz respeito ao conhecimento, a experiência, o poder de inovação e a habilidade dos gestores e empregados de uma empresa na condução de suas tarefas, e muito pouco tem sido documentado e sistematizado a respeito da geração deste capital nas empresas.
Engana-se o entendimento geral que esse papel está exclusivamente relacionado somente aos departamentos degestão de pessoas ou de recursos humanos, pois especificamente esta área está envolvida no todo em relação à qualidade trabalho versus pessoas, e não na preocupação específica do capital intelectual e seus impactos no modelo de negócios.
Assim como os lucros na apuração dos resultados, existe a importância das pessoas que desenvolvem atividades (e sua contribuição intelectual ao desenvolverem essas atividades) que dificilmente é mensurada ou constatada, a não ser quando um componente humano relativamente atuante rompe os vínculos com seu ambiente de entrega dessas atividades, em resumo: Perde-se o valor humano daquela pessoa quando ela deixa a empresa por qualquer motivo, e isso destrói a formação do capital intelectual como um todo. Quando ele é exponencialmente refletido nos níveis mais altos da hierarquia ou das atividades, esse impacto é ainda maior.
E este é o problema no tocante de mapeamento dos processos, a documentação das atividades e a definição das normas e procedimentos a serem executados. Dificilmente a forma de se pensar de uma pessoa poderá ser transferida em uma simples documentação, porém o método base na geração de apuração destes resultados e as premissas para que isso seja possível, estes podem ser documentados.
O porquê disso? Empresas que trabalham com emprego intelectual muito acentuado em seus processos produtivos (como é o caso de consultorias, empresas desenvolvedoras de softwares, empresas de assessorias em diversas áreas, entre outras) precisam pensar em desenvolver e documentar aquilo que é chamado de método ou procedimento das atividades, mapeando inclusive os riscos, os possíveis resultados, as premissas adotadas, as tomadas de decisões pertinentes ao longo do desenvolvimento, entre outras que forem definidas como importantes.
A documentação em métodos e procedimentos servirá como um “manual” das atividades, além do entendimento intelectual de tudo que foi construído ao longo dos anos. É um trabalho moroso, que precisa ser revisado constantemente e que não tem um resultado direto ou facilmente mensurável, contudo sua ausência pode significar prejuízos incalculáveis, no momento que menos se espera.
Em suma, o capital intelectual deve ser considerado, mapeado, documentado e revisado sempre que possível, pois somente assim o risco de renovação ou perda deste capital com possíveis impactos no modelo de gestão, poderá ser minimizado.
Autor:Wagner Borges
Referências
Edvinsson, L; Malone, M. Capital Intelectual: Descobrindo o valor real de sua empresa pela identificação de seus valores internos. São Paulo: Makron Books, 1998
Rezende, J.K. Balanced Scorecard e a gestão do capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 2003
Stewartm T. A. Capital Intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. Rio de Janeiro: Campus, 1998
Fonte: http://www.rhportal.com.br/artigos/rh.php?rh=Capital-intelectual:-A-geracao-de-valor-nas-empresas-vai-alem-do-financeiro&idc_cad=jch8qod36
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