quinta-feira, 13 de junho de 2013

Dinâmicas de Grupo

As dinâmicas são instrumentos, ferramentas que estão dentro de um processo de formação e organização, que possibilitam a criação e recriação do conhecimento.

Para que serve: 
- Para levantar a prática: o que pensam as pessoas, o que sentem, o que vivem e sofrem.- Para desenvolver um caminho de teorização sobre esta prática como processo sistemático, ordenado e progressivo.- Para retornar à prática, transformá-la, redimensioná-la.- Para incluir novos elementos que permitem explicar e entender os processos vividos.
As técnicas participativas geram um processo de aprendizagem libertador porque permitem:1. Desenvolver um processo coletivo de discussão e reflexão.2. Ampliar o conhecimento individual, coletivo, enriquecendo seu potencial e conhecimento.3. Possibilita criação, formação, transformação e conhecimento, onde os participantes são sujeitos de sua elaboração e execução.
Uma técnica por si mesma não é formativa, nem tem um caráter pedagógico. Para que uma técnica sirva como ferramenta educativa libertadora deve ser utilizada em função de temas específicos, com objetivos concretos e aplicados de acordo com os participantes com os quais esteja trabalhando.
Os elementos de uma dinâmica
Objetivos: Quem vai aplicar a dinâmica deve ter claro o que se quer alcançar.
Materiais-recursos: Que ajudem na execução e na aplicação da dinâmica (TV, vídeo, som, papel, tinta, mapas...). Outros recursos que podem ser utilizados em grupos grandes são o retroprojetor, exposições dialogadas, além de técnicas de teatro, tarjetas e cartazes.
Ambiente-clima: O local deve ser preparado de acordo, para que possibilite a aplicação da dinâmica (amplo, fechado, escuro, claro, forrado, coberto...), onde as pessoas consigam entrar no que está sendo proposto.
Tempo determinado: Deve ter um tempo aproximado, com início, meio e fim.
Passos: Deve-se ter clareza dos momentos necessários, para o seu desenvolvimento, que permitam chegar ao final de maneira gradual e clara.
Número de participantes: Ajudará a ter uma previsão do material e do tempo para o desenvolvimento da dinâmica.
Perguntas e conclusões: Que permita resgatar a experiência, avaliando: o que foi visto; os sentimentos; o que aprendeu; o momento da síntese final, dos encaminhamentos, permitem atitudes avaliativas e de encaminhamentos.
Tipos de técnicas/dinâmicas
Técnica quebra gelo- Ajuda a tirar as tensões do grupo, desinibindo as pessoas para o encontro.- Pode ser uma brincadeira onde as pessoas se movimentam e se descontraem.- Resgata e trabalha as experiências de criança.- São recursos que quebram a seriedade do grupo e aproximam as pessoas.
Técnica de apresentação- Ajuda a apresentar-se uns aos outros. Possibilitando descobrir: quem sou, de onde venho, o que faço, como e onde vivo, o que gosto, sonho, sinto e penso... Sem máscaras e subterfúgios, mas com autenticidade e sem violentar a vontade das pessoas.- Exige diálogo verdadeiro, onde partilho o que posso e quero ao novo grupo.- São as primeiras informações da minha pessoa.- Precisa ser desenvolvida num clima de confiança e descontração.- O momento para a apresentação, motivação e integração. É aconselhável que sejam utilizadas dinâmicas rápidas, de curta duração.
Técnica de integração
- Permite analisar o comportamento pessoal e grupal. A partir de exercícios bem específicos, que possibilitam partilhar aspectos mais profundos das relações interpessoais do grupo.- Trabalha a interação, comunicação, encontros e desencontros do grupo.- Ajuda a sermos vistos pelos outros na interação grupal e como nos vemos a nós mesmos. O diálogo profundo no lugar da indiferença, discriminação, desprezo, vividos pelos participantes em suas relações.- Os exercícios interpelam as pessoas a pensar suas atitudes e seu ser em relação.
Técnicas de animação e relaxamento- Tem como objetivo eliminar as tensões, soltar o corpo, voltar-se para si e dar-se conta da situação em que se encontra, focalizando cansaço, ansiedade, fadigas etc. Elaborando tudo isso para um encontro mais ativo e produtivo.- Estas técnias facilitam um encontro entre pessoas que se conhecem pouco e quando o clima grupal é muito frio e impessoal.- Devem ser usadas quando necessitam romper o ambiente frio e impessoal ou quando se está cansado e necessita retomar uma atividade. Não para preencher algum vazio no encontro ou tempo que sobra.
Técnica de capacitação- Deve ser usada para trabalhar com pessoas que já possuem alguma prática de animação grupal.- Possibilita a revisão, a comunicação e a percepção do que fazem os destinatários, a realidade que os rodeia.- Amplia a capacidade de escutar e observar.- Facilita e clareia as atitudes dos animadores para que orientem melhor seu trabalho grupal, de forma mais clara e livre com os grupos.- Quando é proposto o tema/conteúdo principal da atividade, devem ser utilizadas dinâmicas que facilitem a reflexão e o aprofundamento; são, geralmente, mais demoradas.
Litúrgicas- Possibilitam aos participantes uma vivência e uma experiência da mística, do sagrado.- Facilitam o diálogo com as leituras bíblias, com os participantes e com Deus.- Ajudam a entrar no clima da verdadeira experiência e não somente a racionalização.
Com dinâmica é melhor
Manter um grupo por mais tempo não é tarefa fácil. Para o jovem crescer no grupo é preciso muita criatividade e uso de recursos que ajudem. Esta, muitas vezes, está adormecida dentro do jovem. É preciso mexer com ela. Despertá-la. Para isso é muito bom usar diferentes dinâmicas de grupo.
A dinâmica ajuda na comunicação com o outro e com o grupo. Ajuda o jovem a dizer a sua palavra, a integrar-se ativamente de maneira consciente, eficiente e crítica. Ela serve para superar as barreiras que impedem a comunicação e a integração grupal. Ajuda a “quebrar o gelo” que torna as relações frias e amargas.As estruturas sociais favorecem ao isolamento e ao individualismo. Uma boa dinâmica desperta para a solidariedade que vence o egoísmo, vivenciando valores de colaboração e ajuda mútua.
Topando qualidades e defeitos
Através da dinâmica, o jovem pode entrar em contato, igualmente, com suas limitações e defeitos, qualidades e virtudes. Ajuda a superar bloqueios, barreiras e medos. A dinâmica provoca abertura, sinceridade, confiança, colaboração e compromisso. Leva o grupo a um maior trabalho em equipe, ao crescimento dos jovens no grupo e à transformação das relações.Com a ajuda da dinâmica e da criatividade, o jovem e o grupo são levados a ver a sociedade de uma outra maneira. Busca criar uma sociedade nova, onde as relações são mais justas e fraternas.
Uso de dinâmicas
  • Cada participante deve compreender a dinâmica proposta, o objetivo dela e os passos a serem seguidos;
  • A dinâmica deve ter uma boa preparação anterior. Deve-se preparar, também, os recursos necessários (ambiente, papel, pincel atômico...);
  • No final, uma avaliação é importante.Uma dinâmica sempre à mão, na hora certa, é um recurso que nenhum coordenador(a) de grupo deve prescindir. Aqui vai uma sugestão. No uso de dinâmicas, seja criativo(a), entendendo o objetivo do que quer. Estará ajudando para que a vida em grupo seja um processo bacana, dinâmico e alegre, como são os próprios jovens.
A dinâmica promove a participação
A dinâmica de grupo constitui um valioso instrumento educacional que pode ser utilizado para trabalhar o ensino-aprendizagem quando opta-se por uma concepção de educação que valoriza tanto a teoria como a prática e considera todos os envolvidos neste processo como sujeitos.
A opção pelo trabalho com dinâmica de grupo permite que as pessoas envolvidas passem por um processo de ensino-aprendizagem onde o trabalho coletivo é colocado como um caminho para se interferir na realidade, modificando-a. Isso porque a experiência do trabalho com dinâmica promove o encontro de pessoas onde o saber é construído junto, em grupo. Logo, esse conhecimento deixa de ser individualizado e passa a ser de todos, coletivizado. Ainda tem a qualidade de ser um saber que ocorre quando a pessoa está envolvida integralmente (afetivamente e intelectualmente) em uma atividade, onde é desafiada a analisar criticamente o grupo e a si mesma, a elaborar coletivamente um saber e tentar aplicar seus resultados. É importante ressaltar que faz parte desse processo a garantia da participação constante de todos os participantes. Só assim todos se sentirão donos do saber alcançado.
Ferramenta importante
A importância da dinâmica no processo coletivo do ensino-aprendizagem não deve ser, no entanto, absolutizada ou subestimada. Sua utilização deve responder a objetivos específicos de uma determinada estratégia educativa, no sentido de estimular a produção do conhecimento e a recriação deste conhecimento tanto no grupo/coletivo quanto no indivíduo/singular, uma vez que a técnica da dinâmica não é um fim, mas um meio - é uma ferramenta a ser usada.Ao optar pelo uso da técnica de dinâmica de grupo você poderá, através de jogos, brincadeiras, dramatizações, técnicas participativas, oficinas vivenciais e um ambiente descontraído, discutir temas complexos, polêmicos e até estimular que sejam externados conflitos (do indivíduo e do grupo), buscando estimular os participantes a alcançar uma melhoria qualitativa na percepção de si mesmo e do mundo e, conseqüentemente, nas relações estabelecidas consigo mesmo, com o outro e com o mundo.Enfim, Dinâmica de Grupo é um caminho para educar junto!
Recomendações
Para o trabalho com dinâmica ter um desenvolvimento pleno, é recomendável que os grupos tenham, no máximo, 20 participantes. Isto porém não impossibilita que se faça o uso dessa metodologia educacional em grupos maiores, em congressos, em seminários e outros.Orientamos que nestes casos o coordenador divida o plenário em subgrupos para o desenvolvimento dos trabalhos e reúna o grupão nos momentos de socialização e de síntese.Outros recursos que podem ser utilizados em grupos grandes são o retroprojetor, vídeo, exposições dialogadas, além de técnicas de teatro, tarjetas e cartazes.Em todo início de atividade (encontro) deve ser feito o “Contrato do Grupo”. Trata-se de uma discussão da pauta proposta, definição de normas internas do grupo, formação de equipes de trabalho e distribuição de tarefas. Quando se tratar de uma atividade menor, um debate por exemplo, deve-se definir com o grupo o horário de terminar a atividade, o que será possível realizar, o que já foi preestabelecido, o objetivo da atividade e a metodologia de abordagem.
Algumas Dinâmicas de Grupo
Primeira fase - Reconhecimento do EU
Parte 1 - Reconhecimento do eu 
São dinâmicas e jogos que abrangem características de senso percepção e princípio de comunicação
001. Criação coletiva de uma máscara
002. Jogo das palmas
003. Escravos de Jó
004. Partes do corpo
005. Passa ou repassa
006. Jogo das almofadas
007. Escultura
008. Siga o chefe
009. Jogo do tibitá
010. Piscada fatal
011. Ritmo e bolas
012. Perguntas e respostas trocadas
013. Piu-piu
014. Adivinhação dos bichos
015. Telefone sem fio
016. Esconde - esconde
017. Papel - Um objeto intermediário
018. Jogos das atividades complementares
019. Aponte o que ouviu
020. Apito oculto
021. Hipinose com as mãos
022. Hipinotismo
023. Tic-tac pof-pof
024. Embrulho
025. Limite de si mesmo
026. Sensibilização de um cego
027. Corrida em câmera lenta
028. Dança de costas
029. Cabo de guerra
030. Jogo da mímica
031. Jogo de equilíbrio
032. Jogo da caixinha
033. Jogo das canetas
034. Percepção de si e do outro
035. Alfândega
036. Jogo da tesoura
037. Diálogo geometrico
038. Jogo da berlinda
039. Rótulo
040. Bazar de trocas
041. Bazar de emoções
042. Jogo do espelho
043. Jogo da confiança
044. Dança com a bola

Segunda fase - Reconhecimento do TU
Parte 2 - Reconhecimento do tu 
São jogos que envolvem trabalhos com duplas, trios, quartetos, até o grupo todo, que avaliam o nível de comunicação e interação entre os participantes
045. Jogo dos animais
046. Automecânica
047. Criação X Destruição
048. Gato e rato
049. Jogo dos papéis complementares
050. Jogo de marionetes
051. Julgamento
052. Escultor x escultura
053. Construtor cego
054. Carro e o motorista
055. Cego x surdo- mudo
056. Guia do cego
057. Jogo das profissões
058. Jogo dos balões
059. A orquestra
060. Jogo do naufrágio
061. Colagem coletiva
062. Confronto
063. Cabra cega
064. Jogo dos lenços
065. Caracol humano
066. Sentar em grupo
067. Cruzeiro marítimo
068. Cenas do cotidiano
069. Corpo de gaya
070. Qualidades de um líder
071. Construção de uma cidade
072. Jogo do detetive
073. Construção de uma máquina
074. Engrenagem
075. Jogo do círculo
076. Subgrupo em grupo

Terceira fase - Reconhecimento do GRUPO
Parte 3 - Reconhecimento do grupo 
A descoberta do grupo e do jovem em relação aos outros, as pessoas mais próximas e a comunidade
077. Frutas
078. Um bicho
079. Um carro, uma flor, um instrumento musical
080. Qualidades e manias
081. Objeto especial
082. Jogo do contorno
083. Exposição de artes
084. Apresentação em duplas
085. Jogo do novelo
086. Jogo dos bichos
087. Pássaros no ar
088. Personagens célebres
089. Lá vai...
090. A chuva
091. Percepção de objetos
092. Descoberta de si mesmo
093. Flexão e extensão
094. Viagem a um bosque
095. Renascimento
096. Renascer
097. Bola no painel
098. Bola imaginária
099. Dança das dobradiças
100. Jogo do andar

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