Definição de Conflito:
Devemos entender o que é conflito, que sob a ótica do antigo paradigma, nada mais é que percepções e interpretações divergentes das partes sobre um determinado assunto. É sempre visto como algo negativo, um rompimento, um fim. Pela nova ordem sistêmica, o conflito é um meio, uma oportunidade de reconstrução de realidades e motor gerador de energia criativa.
Os conflitos existem desde o início da humanidade, o mesmo é fonte de idéias novas, podendo levar a discussões abertas sobre determinados assuntos, o que se revela positivo em algumas das vezes, quando positivo permite a expressão e exploração de diferentes pontos de vista, interesses e valores, ou seja, em certos momentos e em determinados níveis, o conflito pode ser considerado necessário, caso não queira entrar num processo de estagnação. Assim os conflitos não são necessariamente negativos; a maneira como lidamos com eles é que pode gerar algumas reações.
1. Causas dos conflitos dentro das Organizações:
Os conflitos surgem por razões tipo competição entre as pessoas, por recursos disponíveis, mas escassos; pela divergência de alvos entre as partes; e pelas tentativas de autonomia ou libertação de uma pessoa em relação a outra, assim como podem ser atendidos como fontes de conflito: direitos não atendidos ou não conquistados; mudanças externas acompanhadas por tensões, ansiedades e medo; luta pelo poder; necessidade de status, desejo de êxito econômico; exploração de terceiros ( manipulação); necessidades individuais não atendidas; expectativas não atendidas; carências de informação, tempo e tecnologia; escassez de recursos; marcadas diferenças culturais e individuais; divergência e metas; tentativa de autonomia; emoções não expressas/ inadequadas; obrigatoriedade de consenso; meio-ambiente adverso e preconceitos.
No dia-a-dia das organizações e até mesmo de nossas vidas pessoal vivemos o conflito de diferentes maneiras: quantas vezes as pessoas não atravessam nosso caminho, dificultando ou mesmo impedindo o atingimento de nossos objetivos? Assim, o conflito não deve ser visto apenas como impulsionador de agressões, disputas ou ataques físicos, mas como um processo que começa na nossa percepção e termina com a adoção de uma ação adequada e positiva, os conflitos surgem e nosso dever é estar situado quanto às causas dos mesmos normalmente estes se dão, por muitos aspectos, logo abaixo estaremos citando alguns:
• Pela experiência de frustração de uma ou ambas as partes, ou seja, a incapacidade de atingir uma ou mais metas ou realizar os seus desejos, por algum tipo de interferência ou limitação pessoal, técnica ou comportamental.
• Diferenças de personalidades, que são invocadas como explicação para as desavenças tanto no ambiente familiar como no ambiente de trabalho, e reveladas no relacionamento diário através de algumas características indesejáveis na outra parte envolvida;
• Metas diferentes, pois é comum estabelecermos ou recebermos metas a serem atingidas e que podem ser diferentes dos de outras pessoas e de outros departamentos, o que nos leva à geração de tensões em busca de seu alcance;
• Diferenças em termos de informações e percepções, costumeiramente tendemos a obter informações e analisá-las à luz dos nossos conhecimentos e referenciais, sem levar em conta que isto ocorre também com o outro lado com quem temos de conversar ou apresentar nossas idéias, e que este outro lado pode ter uma forma diferente de ver as coisas.
2. Tipos de conflitos:
Um conflito, como já se viu,
freqüentemente pode surgir de uma pequena diferença de opiniões, podendo se
agravar e atingir um nível de hostilidade que chamamos de conflito destrutivo,
para lidar com estes é importante conhecê-los, saber qual é sua amplitude e como
estamos preparados para trabalhar com eles;
Existem inúmeros tipos de
conflitos e sua identificação pode auxiliar a detectar a estratégia mais
adequada e talvez possamos a partir destas informações, saber como superá-los ou
utilizá-lo como um auxilio de crescimento na organização.
• Conflito
latente: não é declarado e não há, mesmo por parte dos elementos envolvidos, uma
clara consciência de sua existência. Eventualmente nem precisam ser
trabalhados.
• Conflito percebido: os elementos envolvidos percebem,
racionalmente, a existência do conflito, embora não haja ainda manifestações
abertas do mesmo;
• Conflito sentido: é aquele que já atinge ambas as
partes, e em que há emoção e forma consciente;
• Conflito manifesto:
trata-se de conflito que já atingiu ambas as partes, já é percebido por
terceiros e pode interferir na dinâmica da organização.
3. Conflitos Interpessoais nas Organizações:
Os
conflitos interpessoais se dão entre duas ou mais pessoas e podem ocorrer por
vários motivos: diferenças de idade, sexo, valores, crenças, por falta de
recursos materiais, financeiros, e por diferenças de papeis, podemos dividir
este tipo de conflitos em dois:
• Hierárquicos: colocam em jogo as
relações com a autoridade existente. Ocorre quando a pessoa é responsável por
algum grupo, não encontrando apoio junto aos seus subordinados e vice-versa.
Neste caso, as dificuldades encontradas no dia-a-dia deixam a maior parte das
pessoas envolvidas desamparada quanto à decisão a ser tomada.
•
Pessoais: dizem respeito ao indivíduo, à sua maneira de ser, agir, falar e tomar
decisões. As “rixas pessoais” fazem com que as pessoas não se entendam e,
portanto, não se falem. Em geral esses conflitos surgem a partir de pequenas
coisas ou situações nunca abordadas entre os interessados. O resultado é um
confronto tácito que reduz em muito a eficiência das relações.
Todos os
conflitos podem ser resolvidos, mas nem todos os conflitos irão ser resolvidos".
A afirmação paradoxal é de George Kohlrieser, psicólogo especializado em
comportamento organizacional. Desta forma, ele quer demonstrar que não há
limites para quem está disposto a se esforçar para atingir seus objetivos.
"Nosso cérebro está programado para enxergar o lado negativo das coisas, por
uma questão de sobrevivência. Mas podemos treiná-lo para pensar sempre
positivamente". Por isso, esteja atento a suas reações mediante a situações
conflituosas. “Se você é perfeccionista, crítico, beirando a ansiedade, por
favor, comece já a reformular sua mente. Conflitos são como um peixe embaixo de
uma mesa”.
Após algum tempo, começa a cheirar mal", exemplifica. Ou seja,
não dá para esconder as dificuldades por muito tempo porque uma hora elas irão
emergir. E qual o caminho mais curto para a resolução de problemas? "A solução é
trazer o peixe à tona e limpá-lo. Não é para haver confronto com o outro, mas
uma conversa sincera sobre a questão". Kohlrieser afirma que, em uma discussão,
se você é atacado, não ataque de volta.
"Em vez disso, mantenha a calma e
faça uma pergunta. Questione a outra parte sobre o porquê de seu comportamento".
Dentro da organização, os conflitos devem ser administrados por um líder que
saiba dialogar e que seja uma base segura para os funcionários. "Deve pensar nas
pessoas e não só ter foco nos resultados". Confira alguns atributos para a
prevenção de conflitos organizacionais entre os membros da equipe (Compromisso
com as metas; Diálogos com respeito mútuo, Liderança criativa e Máximo
autodomínio). A maior dica de Kohlrieser para dissolver conflitos e viver
satisfatoriamente é saber renovar-se, pois, para ele, mesmo as pessoas mais
idosas podem ter aprendizado contínuo.
"Mude sua identidade e aprenda a
crescer". O segredo para viver bem, de acordo com ele, é ter prazer em tudo o
que se faz. "Mesmo quando a situação não for das melhores, lembre-se: a festa
não acabou", festeja.
4. Conseqüências do conflito:
Podemos identificar em algumas situações, vários aspectos do
conflito que podem ser considerados como negativos e aparecem com freqüência
dentro das organizações.
• Quando desviam a atenção dos reais objetivos,
colocando em perspectiva os objetivos dos grupos envolvidos no conflito e
mobilizando os recursos e os esforços para a sua solução;
• Quando
tornam a vida uma eterna derrota para os grupos de “perdedores habituais”,
interferindo na sua percepção e na socialização daqueles que entram na
organização;
• Quando favorecem a percepção estereotipada a respeito dos
envolvidos, como ocorre freqüentemente em organizações. Se por um lado existem
os estereótipos genéricos referentes às categorias profissionais, dentro de cada
organização, além dos tipos que fazem parte de sua cultura individual, como seus
heróis, mitos, tipos ideais, começam a surgirem seus “perdedores”, “ganhadores”,
“culpados” e “inimigos”.
No entanto temos potenciais de
efeitos benéficos dos conflitos, a saber:
• São bons elementos de
socialização, pois oferecem aos novos participantes de um grupo a sensação de
envolvimento com alguma causa;
• Ajudam a equilibrar as relações de
poder dentro da organização, pois qualquer episódio de conflito pode haver
diferente ganhador (independentemente das percepções anteriores);
•
Propiciam a formação de alianças com o objetivo de ganhar num conflito
específico, mas também de garantir mais poder.
Mas para que a administração de conflitos possa ocorrer com sucesso, é
necessário que ambas as partes saibam se comunicar, ouvir, e perguntar, pois sem
diálogo, não há comunicação nem solução possível para os problemas, a maioria
dos erros, omissões, irritações, atrasos e conflitos são causados por uma
comunicação inadequada.
O ato de ouvir ativamente é de extrema
necessidade também, pois metas e intenções não compreendidas levam sempre a uma
resolução sem sucesso, saber perguntar é uma outra faceta do ouvir ativamente,
pois quem pergunta conduz a conversa.
Quanto ao estilo a ser adotado, é
recomendável adotar um estilo que leve à solução do conflito da forma mais
pacífica possível. A que vai definir a resolução dos conflitos está diretamente
ligada a duas importantes características de comportamento: assertividade e
cooperação.
CONCLUSÃO:
Sejam eles positivos
ou negativos, os conflitos podem ser considerados úteis pelo papel que
desempenham na vida das pessoas, portanto é possível constatar que nenhuma
organização está livre de conflitos, pois praticamente toda a empresa sofre e se
beneficia com eles. Os conflitos são responsáveis por sérias ameaças à
estabilidade da organização, mas também podem agir de maneira construtiva
estimulando o potencial de inovação.
O manejo de situações de conflito é
essencial para as pessoas e as organizações como fonte geradora de mudanças,
pois das tensões conflitivas, dos diferentes interesses das partes envolvidas é
que nascem oportunidades de crescimento mútuo.
A administração moderna
deve encarar o conflito como uma força constante dentro da organização e
procurar administrá-la para que estes atuem de maneira construtiva através das
técnicas da administração de conflitos.
Fonte: http://administracao.forumais.com/t99-conflitos-nas-organizacoes-2
Ótimo texto. Conflitos existem em todos os lugares, é uma forma de provarmos que somos fortes para enfrentar e resolver. Não existe um vencedor ou um perdedor quando temos um conflito ou divergência com qualquer pessoa, existem lições que serão tiradas, podem ser boas ou ruins.
ResponderExcluirHenrique
Sempre que há uma aprendizagem terá valido a pena, pois significa que houve o crescimento de uma pessoa, de uma relação. Mas as vezes não é possível ser controlado o conflito e ele pode tomar proporções negativas, prejudiciais para os envolvidos ou para a própria empresa. Por isso é importante a figura do mediador e a existência de uma negociação, de preferencia integrativa, pois busca o ganho de todos os que fazem parte do conflito.
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