terça-feira, 19 de junho de 2012

Estresse X Trabalho

Por Patrícia Pires de Matos As guerras, os desastres, as torturas, o encarceramento, a perda ou a iminência de perder familiares ou amigos representam uma séria ameaça de dano ao organismo humano. Esses fatores contêm um potencial forte para esgotar e fazer falhar os mecanismos defensivos das pessoas. O estresse para se desenvolver depende da pessoa, do ambiente, da circunstância ou de determinada combinação entre esses fatores. Já o estresse relacionado ao trabalho é definido como situações em que a pessoa percebe seu ambiente organizacional como uma ameaça. Na organização, o estresse pode ser identificado tanto na pessoa, no grupo quanto na própria organização. Quando um desses três não combina ocorre o estresse. Contribuem para formar o estresse no trabalho o clima organizacional, a função desempenhada, as relações pessoais, o tipo de trabalho realizado, além da falta ou excesso do mesmo. Quando o gerente observa que o funcionário apresenta sinais de estresse, ele deve ajudar o colaborador a conviver com as pressões para que esse profissional torne-se ou continue eficiente. O que determina o nível de estresse que encontramos é a forma de nos relacionarmos com o mundo e como ele interage conosco, sendo, em alguns casos, difícil manter o equilíbrio e o controle emocional na situação em que se encontra o nosso país. Quando as empresas pressionam os funcionários para atingir resultados, isso pode gerar, entre outros problemas, aumento do consumo de drogas e álcool no trabalho. Mas, quando as pessoas encontram ajuda na própria empresa e recebem tratamento médico adequado, suporte psicológico e atenção permanente, os profissionais diminuem ou param de faltar ao trabalho. E para complementar essas ações organizacionais, há corporações passam a implantar programas contra o uso de drogas, alcoolismo e tabagismo. É saudável lembrar que as pressões que os gerentes dão aos funcionários precisam ser construtivas. É preciso que ajam num nível de pressão apropriado de modo que o profissional não fique tenso ao extremo. Um dos fatores que determinam as doenças é o desgaste a que as pessoas são submetidas nos ambientes e nas relações com o trabalho. Conforme a maneira das pessoas serem preparadas para receber uma notícia dolorosa ou viver uma situação aversiva no trabalho, suas respostas ao estresse certamente serão menos intensas, impactantes. Já quando não são preparadas, a situação estressante tende a ser mais intensa. Os gestores devem se preocupar quando os problemas, as reações e os sentimentos dos funcionários estão afetando o desempenho do profissional. Para Bom Sucesso (1998) o maior desafio é viver com qualidade em um mundo de alto desenvolvimento tecnológico e baixo desenvolvimento humano. Isso porque existe dificuldade de conciliar trabalho e vida pessoal. O autor diz, ainda, que as organizações estão começando a entender que necessitam desenvolver programas de conscientização e apoio com o objetivo de proporcionar um equilíbrio entre o trabalho e melhoria de qualidade de vida, a contar que as dificuldades emocionais originadas da vida pessoal afetam o desempenho de maneira significativa. Não podemos esquecer de outros fatores que prejudicam a saúde do trabalhador. Entre esses, podemos citar como exemplo: os procedimentos rígidos de trabalho, com pouca autonomia do trabalhador no desenvolvimento de tarefas; posturas rígidas; ritmos acelerados de trabalho, muitas vezes impostos pelas máquinas, exigindo esforços exagerados; pressão do tempo; tensão entre as chefias e os subordinados; pressão para manter a produtividade; excesso de trabalho inadequado (muito frio, muito calor, ruídos excessivos, pouca luz, pouco espaço etc); monotonia e fragmentação do trabalho (cada trabalhador faz apenas uma pequena parte, sem ter a visão do conjunto do processo produtivo); ausência de pautas em tarefas que exigem descansos periódicos, já definidos em normas ou leis. O trabalho, hoje, tornou-se algo alienante pela falta de poder, insatisfação, frustração. Os trabalhadores vivem num mundo insensível e hostil às suas pretensões e necessidades. As organizações com características alienantes possuem: trabalho coercitivo; pouca criatividade; sem controle sobre ritmo, intensidade e duração; tarefas aborrecidas; relações pessoais fragmentadas e competitivas. Ao surgirem as queixas psicossomáticas, ocorrem a queda de produção, despesas médicas e administrativas sem retorno, clima interpessoal negativo, indicação de problema pessoal e diagnóstico de problemas. Apesar do trabalho ser considerado algo bom para o ser humano, causa problemas de insatisfação, desinteresse, apatia e irritação. Na dinâmica da cultura organizacional relacionada à saúde-doença estão valores, histórias, mitos, normas, sanções e vínculos. As manifestações de estresse e as queixas psicossomáticas ocorrem nos momentos de maior tensão, como cortes, mudanças de chefias, novas tecnologias e formas de trabalhar. E isso não pode, não deve ser esquecido! Fonte: http://www.rh.com.br/Portal/Qualidade_de_Vida/Artigo/4665/estresse-x-trabalho.html

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